domingo, 25 de novembro de 2012

CONVITE À VIDA - PELA EDUCAÇÃO ESCULPIMOS NOSSO FUTURO

Ao longo do século 20 o Brasil nos foi apresentado como o país do futuro. O sonho veio do século anterior por influência do ideal protestante. E tudo aconteceria pela educação, razão pela qual os protestantes, ao instalarem igrejas, anexavam-lhe escolas

Os donos do poder também acreditavam na educação, mas só para os seus filhos. No governo, pouco se interessaram pela educação pública de qualidade, conquanto ocupasse a capa dos programas e discursos desses senhores, temerosos que a instrução generalizada descoronelizasse a clientela.

Quando Darcy Ribeiro propôs a escola tempo integral, a utopia não foi levada adiante. Quando provocativamente ele sugeriu que não se gastasse dinheiro com a alfabetização de adultos, mas se investisse amplamente nas crianças, foi tido como cruel.

E ainda somos infelizmente o país do futuro.

Ainda não gastamos tudo o que devíamos com a educação de crianças e adolescentes que devia ser de tempo integral. Foi pela educação (sobretudo da matemática) que países outrora mais pobres que o Brasil emergiram. Até quando nossas meninas e meninas ficarão quatros horas por dia na sala de aula.

Recentemente, o líder empresarial brasileiro Benjamin Steinbruch escreveu que o ensino de tempo integral, com as crianças passando oito horas por dia na escola, deveria ser a obsessão de todos os governantes brasileiros.

Que tipo de geração de cidadãos e profissionais formaremos com quatro horas de estudo por dia, às vezes incluídos o atraso, o recreio e a merenda?

Sem saudosismos, como estaríamos como nação, se os que já propuseram esta prática tivessem sido levados a sério? Perdemos o presente, mas não podemos perder o futuro.

Agora que os futuros candidatos elaboram suas plataformas, eles poderiam colocar a medida nas suas propostas, inclusive na rede privada. E nós só votaríamos em quem se comprometesse com essa causa.

Não podemos perder mais tempo.

Se o ensino de tempo integral deveria ser uma obsessão de todos os governantes brasileiros, que dizer do tempo dedicado ao estudo da Bíblia?

Que cristãos queremos formar com 40 minutos por semana na Escola Dominical?

Pastores e educadores cristãos deveriam ter como obsessão desenvolver programas, no domingo e durante a semana, que reunissem as pessoas para estudar, com qualidade, a Bíblia por mais tempo.

Embora haja outras variáveis (como bons professores, boas salas e bons equipamentos), o tempo passado na escola bíblica é essencial.

Também não podemos perder mais tempo.

Ainda não somos um país de leitores, a despeito do brado antigo do bardo Castro Alves, de que é bendito aquele que distribui livros. E é o livro que nos faz livres da ignorância e da impostura. Até quando leremos tão pouco?

Como forças motrizes da sociedade brasileira, as igrejas precisam estar vivamente envolvidas no compromisso com a educação.

Este compromisso está escrito no seu estatuto original, uma vez que Jesus Cristo chamou os cristãos a discipular e a ensinar (Mateus 28.19-20). Este compromisso estava inscrito na prática quotidiana de Jesus Cristo, que buscava o povo para o ensinar, como Lemos 20 vezes nos Evangelhos (como, por exemplo, em Lucas 3.14). Que é o Sermão chamado do Monte senão uma aula magna?

Desde sua fundação, ensinar está na prática dominical dos cristãos, através da leitura e exposição das letras sagradas. Desde a invenção da escola bíblica por Robert Raiker estudar desceu do púlpito, mas sem sair de lá.

O progresso moderno foi semeado pela Bíblia, desde que Lutero a traduziu na língua do povo, língua que ele ajudou a forjar com sua tradução, e também desde que o rei James mandou traduzi-la para o inglês.

A missão da igreja é intrinsecamente pedagógica.

Para que a razão nos conduza (na clara faixa dos seus limites, para não se tornar despótica e romper o necessário equilíbrio entre fé e razão), precisamos aprender.

Para aprender, precisamos ler. E ler é interpretar.

Os pais primeiramente e os professores (na escola e na igreja) devem estimular seu filhos a ler, seguindo  modelo do apóstolo Paulo, quando instrui seu filho do coração: "Aplica-te à leitura" (1Timóteo 4.13).

Os mais velhos precisamos criar uma atmosfera em que o livro esteja presente como algo necessário e como algo agradável. A leitura é lúdica. Ler é viajar.
Vamos ler?
Vamos continuar aprendendo?

EM TEMPO -- Jesus sabia ler e lia (Lucas 4.16-20) num tempo que pouquíssimos o sabiam. Jesus foi um grande aluno; por isto, sabia tanto o Antigo Testamento da Bíblia.

Israel Belo de Azevedo
Pastor da Igreja Batista de Itacuruça, Tijuca, Rio de Janeiro, RJ
Graduado  em teologia (STBSB), graduado  em Comunicação (UF RJ)g pós-graduado em História (UFF), Mestre em teologia (STBSB) e Doutor em Teologia (UGF).
(Revista Educador - CBB - 1T12)

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