domingo, 25 de novembro de 2012

A MISSÃO EDUCACIONAL DA IGREJA


Quando Jesus disse: “Edificarei a minha igreja”, Ele não se referia a uma construção de pedra ou tijolo e cal, nem tampouco a uma organização especializada; mas, sim, a uma comunhão dinâmica  e criadora de  pessoas que haveriam de aceitá-lo pela fé e provar lealdade a seus ensinamentos através de uma vida dedicada ao cumprimento de suas ordens.

            O que podemos dizer depois de 21 séculos?  Sabemos que forças paralelas operam neste mundo gerando ódio, medo, confusão, morte, falta de ética, etc.  Não são poucos os que perguntam: “Será que a igreja tem uma mensagem para os nossos dias?”, “Por que existem tantas divisões?”, “Por que existem tantas igrejas?”, “O que a igreja tem feito pelos seus membros?”, “O que a igreja tem feito pela sua comunidade, pelo seu bairro, pelo Brasil e pelo mundo?”, “Qual a missão da igreja?”, “Onde a igreja quer chegar?

            É necessário, portanto, que os membros da igreja compreendam claramente a natureza, as funções, os métodos educacionais e as necessidades dos membros de sua igreja. Eles precisam saber quem são, o trabalho que devem realizar e como realizá-lo, a fim de que a igreja reafirme sua missão divina no mundo e cumpra integralmente os seus propósitos.

Jesus deu a ela a grande comissão, que inclui a tarefa de ensinar: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura,… ensinando-os a observar todas as coisas…”. (Mc 16.15)

            1. A Natureza da Igreja
           
            A igreja é de origem divina (Mt 16.18), criada por Deus através de Jesus Cristo, composta do povo adquirido por Deus (At 20.28; 1Pe 2.1-10), unida para servir a Deus e aos homens. O conceito que os seus membros têm quanto à natureza da igreja vai determinar tudo o que a igreja faz. É indispensável, pois, que esse conceito se fundamente na Bíblia.

            1.1.  Natureza Espiritual

            a. Um Organismo Vital (1Co 12.14-26; Rm 12.5) - A Igreja é o Corpo de Cristo, e Cristo é a cabeça da Igreja. Deus enviou Jesus ao mundo a fim de que cumprisse a missão que lhe fora predestinada. Quando no mundo, Jesus estabeleceu a Igreja para dar continuidade à missão de reconciliação do homem com Deus. Hoje, Jesus continua a estabelecer igrejas com a mesma finalidade. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”. (Ef 4.13).

Assim como o corpo humano tem muitos membros, que formam um só corpo, a igreja também pode ter muitos membros, mas é um corpo único. Nem todos os membros têm a mesma função, mas todos têm o mesmo propósito. Cada membro do Corpo só pode cumprir o seu propósito particular se estiver em perfeita relação com os demais membros. Devido ao seu propósito gracioso, Deus dá aos membros da congregação os dons ou habilidades de que a igreja precisa para cumprir a sua missão. Cada membro da igreja tem a responsabilidade de encontrar o seu lugar no Corpo de Cristo, reconhecendo que todos são chamados por Cristo para a sua obra.

b. Uma Família de Redimidos (Jo 1.12,13; Rm 8.4-17; 1Jo 3.1; 2Co 6.18) - Cada igreja é constituída por uma congregação de filhos de Deus. No papel de filhos de Deus, devemos refletir a natureza divina no mundo, e para isto necessitamos de uma comunhão íntima e ininterrupta com Deus.

c. Uma  Sociedade  Espiritual (2Co 5.15; Gl 2.20; 1Pe 2.9-10) - Os membros de uma igreja não somente são filhos de Deus, mas também são irmãos em Cristo. Como resultado dessa condição, devem viver em harmonia, preferindo uns aos outrosem amor. A comunhão em amor deve ser a principal característica de uma igreja. Cada igreja deve ser uma verdadeira fraternidade (1Jo 4.20).

d. Uma Sociedade Congregacional (1Co 2.27; Ef 1.23; Ef 4.12; Cl 1.17-18,24) - Uma igreja encontra sérias dificuldades para funcionar como o Corpo de Cristo quando a comunhão de amor é quebrada. A ordem de Jesus, para que nos amemos uns aos outros do mesmo modo como ele nos amou, significa muito mais do que manter uma atitude de amor. Exige uma relação positiva de amor para com todos os membros da igreja. A congregação, como um todo deve partilhar das ansiedades, das alegrias, das tristezas, dos receios, das aspirações de cada um dos seus membros. Mesmo quando o pecado entra na vida de algum membro, a igreja deve partilhar das conseqüências e ajudar a reparar os prejuízos humanos e espirituais como parte da sua vida em comum.

            e. Uma Fraternidade em Cristo (Mt 22.37-39; Jo 13.34;-  A comunhão é estabelecida e conservada por Cristo. Ele é o vinculo de união pelo qual a igreja compreende o seu propósito e recebe o poder para executar sua obra. É somente de Cristo que a verdadeira igreja deve dar testemunho. Quando Cristo vive no coração dos membros da igreja, há uma perfeita unidade de espírito, mente e vontade. A fraternidade e a comunhão resultantes não podem ser medidas em termos humanos. Os membros da igreja são unidos pelo Espírito de Cristo, e o seu comportamento reflete a vida do próprio Cristo. “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. (Jo 15.12)

            f. Um Estabelecimento Educacional (Mt 28.19-20; Cl 3.16; 2Tm 2.2) - A obediência ao mandamento bíblico de ensinar é vital para a sobrevivência da igreja. O valor da educação dos crentes é inestimável. A Educação Religiosa é um programa integral que fará a grande diferença no ministério da Igreja de Cristo: “...ir e ensinar a todas as nações”.  (Mt 28.19-20).

            1.2. Funções Principais da Igreja

A julgar pelas atividades de muitas igrejas, parece que reina uma confusão acerca do seu trabalho essencial. O Novo Testamento, todavia, é bastante claro quanto às funções da igreja de Jesus; elas não são independentes umas das outras, mas se interdependem e são correlatas. Como os órgãos vitais, necessários à vida humana, se inter-relacionam, também cultuar a Deus, anunciar as boas novas, educar e ministrar  são funções essenciais à vida de uma igreja.

a. Cultuar a Deus (At 2.42) - Cultuar a Deus significa ter uma experiência da presença de Deus, um reconhecimento da sua santidade e majestade, e dar uma resposta de obediência à sua orientação (1Co 14.33,40).

O culto é a alma da igreja, pois é através dele que a congregação se comunica com Deus, o autor da vida. O amor, o arrependimento, a dedicação constituem expressões espontâneas de culto, que se tornam eminentemente superiores à comunhão dos seres humanos entre si. É comunhão consciente e pessoal com o Deus consciente e pessoal reveladoem Jesus Cristo.

A igreja cultua a Deus através do louvor, da adoração, da ação de graças, recordando a obra de Deus por meio de Jesus Cristo. Através dos séculos, a Igreja canta louvores a Deus e se curva com gratidão pela graça divina, que lhe proporcionou tão ricas bênçãos (Is 6.1-8).

Através da leitura da Bíblia e da pregação, a igreja examina-se a si mesma. Confrontada com a Palavra de Deus, ela deixa de ser egoísta, assumindo a sua natureza espiritual. Uma igreja que experimenta o verdadeiro culto não pode deixar de ser uma igreja generosa em todos os sentidos, pois é impossível cultuar a Deus sem entregar-se ou submeter-se a ele de coração (Mt 5.32-24). Através do culto, a congregação oferece  a sua vida, o seu trabalho a Deus.

Deus também se dá a si mesmo através do culto. Ele outorga à igreja o poder espiritual necessário à vida dos salvos no mundo. Através da congregação obediente, Deus compartilha o poder divino para que a igreja viva e se desenvolva, ame e trabalhe.

Uma vez que o culto deve ser tanto individual quanto espiritual “...em espírito e em verdade...” (Jo 4.23.24), é indispensável que dele participe cada membro da igreja. Cantar louvores é muito mais do que cantar com o dirigente de música ou com o coro: é cantar à Deus. Orar é mais do que ouvir a oração enunciada por um irmão: é cada membro da congregação acompanhar e apoiar cada palavra de súplica. Ouvir um sermão não é somente deleitar-se com uma mensagem bem elaborada e apresentada de modo atraente: é cada um procurar, através da Palavra de Deus, a mensagem divina de que a sua vida precisa.

b. Anunciar as boas novas (Mt 28.16-20) - Anunciar o evangelho significa comunicar tudo o que Deus fez através de Jesus Cristo para a salvação do ser humano. É colocar as pessoas frente a frente com as boas novas da redenção outorgada por Deus por meio de Cristo. É a evangelização. Não é somente anunciar as boas novas aos incrédulos, mas também ajudar os crentes a dissiparem suas dúvidas, até que todos cheguem “à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13).

A pregação é o principal meio de anunciar as boas novas, como Paulo salienta: “... aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem” (1Co 1.21). O anúncio das boas novas pela igreja, entretanto, não se restringe à pregação pelo pastor. É responsabilidade pessoal de cada membro da igreja. É por esse meio que a igreja anuncia as boas novas dia a dia.

A pregação do púlpito e o testemunho pessoal não são os únicos meios de que a igreja dispõe para evangelizar. Outros métodos eficazes também são incluídos: a pregação nos lares, ao ar livre, em prisões, hospitais; a pregação através do rádio, da televisão, dos folhetos, da correspondência, do ministério comunitário cristão. E mais: a igreja deve participar ativamente da obra missionária estadual, nacional e mundial, através do envio de missionários, da oração por eles e da contribuição para o seu sustento.

c. Educar (At 8.31; Cl 1.28; 2Tm 3.16; Ef 4.12) Do ponto de vista cristão, educar significa levar as pessoas ao conhecimento e à aceitação de Jesus Cristo como Salvador e conduzi-las à prática dos conceitos cristãos como padrão de vida. Educar é ensinar. Inclui ainda o treinamento para as funções da igreja e a motivação para uma vida de serviço em nome de Cristo.

Embora o indivíduo posse a receber instrução segundo os conceitos e princípios da vida cristã, a Educação Religiosa propriamente dita inicia-se com a experiência da conversão e deve continuar até o fim da existência terrena do cristão. A Educação Religiosa é o processo através do qual cada pessoa se desenvolve no conhecimento e na compreensão, adquire atitudes e conceitos novos e aprende a praticar ações coerentes com o exemplo de Cristo. O Espírito Santo é o grande ajudador nessa aprendizagem.

Na igreja primitiva, a instrução foi norma. Todos os que iam sendo acrescentados à Igreja “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (Atos 2.42) até que estivessem bem firmes na fé e na vida cristã. O apóstolo Paulo exorta os cristãos a andarem arraigados e sobreedificados em Cristo e confirmados na fé, “assim como fostes ensinados” (Cl 2.7).

Através da Educação Religiosa, as igrejas aprendem a ser igrejas. Cada igreja é uma escola. Sendo uma escola, a igreja precisa ter as organizações educacionais. A igreja educa de maneira formal e também informal, reconhecendo que muito da educação se processa através da vida da própria congregação. Cada ato da congregação, tudo o que ela faz, tem força educativa, e suas conseqüências são benéficas ou maléficas. É, portanto, responsabilidade da congregação assegurar que toda educação, formal ou informal, contribua para produzir experiências significativas de aprendizagem na vida dos seus membros.

d. Ministrar (2Tm 3.16; Rm 15.25-27; Gl 5.13; Mt 20.26-28) - O ministrar em nome de Jesus, no sentido de atender às necessidades humanas, constitui-se em outra maneira de anunciar as boas novas. Sendo o Corpo de Cristo, a igreja deve imitar o exemplo de Cristo, pois jamais alguém demonstrou compaixão pelas necessidades dos outros ou sentiu o sofrimento alheio como Jesus.

Cristo também ensinou o que ele espera dos seus seguidores (Mt 20.26-28). As igrejas precisam acordar para as trágicas conseqüências que sobrevirão àqueles que desdenham da advertência do Mestre, descrita em Mateus 25.42-46. É mister que toda igreja se identifique com o sofrimento humano, onde quer que ele apareça. Os organismos missionários oferecem oportunidade para que as igrejas compartilhem das aflições de seres humanos de todas as raças e nações. Porém, contribuir com recursos, para que outros façam beneficência, não é suficiente. Os membros da igreja necessitam compartilhar pessoalmente das necessidades dos outros, tanto quanto os necessitados precisam de ajuda.

Ministrar pode ter a sua expressão individual ou coletiva. O ministério individual é o atendimento pessoal a uma necessidade pessoal, como fez o bom samaritano ao atender a uma necessidade material, ou como fez Jesus para com a mulher samaritana, ao atender a uma necessidade espiritual. A visitação aos lares oferece excelente oportunidade para o ministério individual através do aconselhamento.

O ministrar coletivo se expressa através dos serviços de beneficência por grupos de pessoas a grupos de pessoas: alimento para os famintos, agasalhos para os necessitados, auxilio financeiro para os desempregados, desamparados ou doentes. O ministério coletivo pode também tomar a forma de atendimento às necessidades de grupos especiais, como, por exemplo, analfabetos, comunidades carentes, estudantes, encarcerados, marginalizados.
A beneficência coletivamente exercida pela igreja como parte de suas funções básicas não isenta o crente de praticar um ministério pessoal de atendimento aos necessitados, impulsionado pelo amor de Deus; nem a prática do ministério pessoal por parte dos seus membros isenta a igreja de ministrar coletivamente.
                                               
            1.3. Implicações Educacionais das Funções Principais

            Educar é ciência e arte: apóia-se, como ciência, nos princípios da psicologia humana. O processo, isto é, o modo de agir, é eminentemente artístico: resume-se em criar, num ser instintivo, o máximo de perfeição de que ele é capaz. Quando acrescentamos ao tema educação o aspecto religioso, temos a expressão mais elevada dessa arte, pois o teor espiritual da verdade e do desenvolvimento humano escapa a quaisquer métodos científicos em todos os tempos.

            Separado de Deus, por sua condição natural, o homem é levado à experiência regeneradora do poder divino, através da Educação Religiosa. É ela que prepara para a idade das decisões, que mostra ao homem suas fraquezas e lhe ensina com que forças há de erguer-se, purificado. É a Educação Religiosa que, assim, lhe afirma a regeneração e lhe dá a compreender a responsabilidade da vida cristã.

            É óbvio, portanto, insistir em dizer que o cumprimento da missão da igreja depende do processo educativo. Não há nenhuma atividade da igreja: culto, evangelismo, pregação, missões, contribuição, serviço confraternização, que não lance mão do método educativo para conseguir bom êxito.

            a. Para o culto - O culto deve ser avaliado à luz das necessidades de todas as pessoas que freqüentam a igreja. Quais são as necessidades das crianças, dos adolescentes, dos jovens, dos adultos, da terceira idade, dos portadores de necessidades especiais, etc.? Como essas necessidades podem ser satisfeitas através de experiências significativas de culto, em grupos menores, e nos cultos da igreja? Como é que as pessoas ser levadas a um culto espiritual?

            Será necessário que a igreja ofereça não somente instrução quanto à natureza e ao processo do culto, mas também reconheça o valor educativo do próprio culto: a ordem do culto, os elementos usados para o culto, a direção do culto, a participação das pessoas no culto, tudo ensina conceitos e valores que o povo aprende inconscientemente.

            A maneira de orar, por exemplo, ensina a essência da comunhão com Deus e sugere ao povo o valor da oração na experiência cotidiana. O lugar da contribuição no culto põe em relevo o seu aspecto espiritual e ensina o quanto vale o conceito correto sobre a mordomia dos bens no desenvolvimento espiritual do homem.

A música, veículo poderoso para o ensino de conceitos teológico: deve ser considerada na sua função profética de glorificar a Deus e edificar o corpo de Cristo. A glória de Deus é proclamada nos hinos de louvor e adoração; a admoestação e o ensino se efetuam através de hinos que mostram as conseqüências do caminho errado ou transmitem outras verdades bíblicas. Os cânticos espirituais, os hinos congregacionais, os corais, grupos, solistas, enfim, toda música usada para qualquer culto deve transmitir fielmente a mensagem bíblica.

            Além de ser correta quanto à teologia, a música deve ser conducente à adoração e adaptada às necessidades do grupo, apelando, ao mesmo tempo, para o intelecto, a vontade e as emoções. Sendo a música a instrumentalidade de tão elevada missão, espera-se que ela seja apresentada sob a mais bela forma e com a mais alta qualidade.

            A pregação, parte central do culto, há de ser educativa no sentido de modificar e transformar a vida dos ouvintes. Deve ser avaliada, em parte, por padrões educacionais: sua capacidade de instruir as mentes, guiar as emoções e orientar as vontades, a bem de fazer modificações construtivas na vida e no caráter. Também há de preocupar-se tanto com atitudes, apreciações, lealdade, afeições quanto com preconceitos, ódios e deslealdade, ou seja, com as emoções, que são as forças motoras da vida.

            b. Para a evangelização - Quanto à evangelização, a Educação Religiosa não a substitui: é apenas um meio, um método, um caminho. Infelizmente, o método educativo é muitas vezes, considerado como simples transmissão de conhecimentos, sem nenhum apelo às emoções ou à vontade do educando. Por outro lado, a evangelização é representada como atividade que se interessa apenas pelas emoções, no sentido de conseguir a dedicação e a lealdade de uma pessoa a outra ou a uma causa. Tal distinção é arbitrária e sem fundamento.

            Lealdade à pessoa de Jesus Cristo e à sua Causa deve ser o alvo principal da Educação Religiosa, e o método educativo deve apelar para as mais elevadas emoções. Não se pode fazer separação entre a evangelização feita por Jesus e o ensino que Jesus ministrou. Jesus foi ao mesmo tempo Evangelista e Mestre; seu método, porém, foi um só. Todo o seu ensino foi evangelizador, e todo o seu evangelismo, educativo.

            Na sua forma mais elevada, o processo educativo sempre foi, e ainda é, o método mais eficiente para a evangelização do mundo. A própria igreja é uma escola, uma comunhão de discípulos que aprendem aos pés do Mestre. Sua missão encontra-se nas palavras do Mestre: "Ide, fazei discípulos de todas as nações... ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado." Seu alvo deve ser ganhar para Cristo verdadeiros discípulos, que desejam unir-se na comunhão daqueles que continuam a aprender a viver como cristãos.

            c. Para o serviço - "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir", dizia o Mestre, e a sua vida é um exemplo perfeito do serviço aos outros, que ele pregava e apresentava nos seus ensinamentos. A prova no juízo final será bem prática: "quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25.10). A Igreja de Cristo, por conseguinte, tem dado ênfase à prática do espírito de Cristo tanto quanto à pregação de sua mensagem. O interesse e cuidado pelas crianças desamparadas, pelos pobres, pelos desprivilegiados; a oposição à escravatura; a manutenção de hospitais; a oposição ao tráfico de bebidas alcoólicas e de narcóticos; o combate à discriminação racial e social, e a luta contra a exploração de menores pelo trabalho organizado, tudo isso se resolve pelo interesse e cuidado por parte daqueles pelos quais Jesus morreu.

            Neste artigo falamos claramente sobre: natureza, funções, métodos educacionais e necessidades dos membros da igreja de Cristo. Cada membro do Corpo só pode cumprir o seu propósito particular se estiver em perfeita relação com os demais membros. Eles precisam saber quem são, o trabalho que devem realizar e como realizá-lo, a fim de que a igreja reafirme sua missão divina no mundo e cumpra integralmente os seus propósitos. Viu-se que a pregação do púlpito e o testemunho pessoal não são os únicos meios de que a igreja dispõe para evangelizar. Outros métodos eficazes também são incluídos. A igreja deve participar ativamente da obra missionária estadual, nacional e mundial, e saber que, através da Educação Religiosa, as igrejas aprendem a ser igrejas. Procurou-se também fundamentar a  importância da relação entre a Educação Religiosa e a ação cristã. Esta é a verdadeira fonte de treinamento cristão e o campo de prova dos ideais cristãos, pois não há verdadeira aprendizagem sem prática. A Educação Religiosa torna a ação cristã infinitamente mais do que mera consciência política ou simples projeção de preconceito emocional. A ação social, serviço baseado em instrução e treinamento, resultado de convicções profundas, assegura soluções mais duradouras para todo e qualquer problema.

Profa. Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa
(Coordenadora do DER)

Nenhum comentário:

Postar um comentário