domingo, 25 de novembro de 2012

A EDUCAÇÃO RELIGIOSA

A Educação Religiosa é um processo de treinamento e desenvolvimento da pessoa e de seus dons naturais, à luz da perspectiva cristã da vida, da realidade, do mundo e do homem. Isto significa o desenvolvimento de um currículo e um programa educacional onde as disciplinas e atividades reflitam explicitamente a mentalidade cristã. Em outras palavras, é ensinar ciências, história, comunicação, sociologia, etc. É adotar teorias e filosofias do desenvolvimento humano e da educação, que reflitam o ensino bíblico sobre o homem como imagem de Deus, porém moral e espiritualmente decaído. É desenvolver a educação num ambiente distintamente cristão evangélico, onde se espera que haja mais disciplina, eficácia e bom relacionamento entre educadores e igrejas.  É promover o desenvolvimento do caráter, disciplina, conduta e um relacionamento profundo com Deus.

            Vamos analisar o termo Educação:

Educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social” (Durkheim).

Educação é a organização dos recursos biológicos, individuais, e das capacidades de comportamento que tornam o indivíduo adaptável ao seu meio físico ou social(William James).

Educação é um processo de contínua reconstrução de experiência, com o propósito de ampliar e aprofundar o seu conteúdo social, enquanto, ao mesmo tempo, o indivíduo ganha controle dos métodos envolvidos” (John Dewey).

Educação é a influência intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e de desenvolvê-lo. Mas significa, também, a ação genérica, ampla, de uma sociedade sobre as gerações jovens, com o fim de conservar e transmitir a existência coletiva” (Lourenço Luzuriaga).

“Educação não é mais do que o desenvolvimento consciente e livre das faculdades inatas do homem” (Sciaca).

Educação é um sentido de valorização individual e organizado, variável em extensão e profundidade para cada indivíduo e processado pelas riquezas culturais(Kerschensteiner).

Educação é a influência deliberada e consciente exercida sobre o ser maleável e inculto, com o propósito de formá-lo” (Cohn).

Educação é o processo através do qual indivíduos adquirem domínio e compreensão de certos conteúdos considerados valiosos(Eduardo O. C. Chaves).

     O próprio autor desta última definição esclarece o sentido dos principais termos. Vejamos:

a. Conteúdos - Conteúdos intelectuais ou cognitivos, toda e qualquer habilidade, atitudes.

b.  Adquirir domínio - Aprender, saber.

c.    Adquirir compreensão - Saber o porquê, compreender a razão de ser.


Uma coisa é saber que não se deve tirar a vida
de uma outra pessoa. Outra coisa é compreender
por que é que não se deve fazer isto.
Uma coisa é assimilar, pura e simplesmente,
os valores de uma dada cultura.
Outra coisa é aceitá-los, criteriosamente, após exame que leve à compreensão de sua razão de ser.
(Eduardo O. C. Chaves)


Educação é o ato ou o efeito de educar. É o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da pessoa, visando à melhor integração tanto individual como social. É o aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas. Educação e instrução são processos diferentes, mas inter-relacionados. Entretanto, a educação não é resultado natural e exclusivo do ato de ensinar.

Uma criança que não sabe ler vai para a escola. No final do ano letivo, ela já sabe ler e entende o que lê. Podemos dizer que houve aprendizagem e conseqüentemente mudança de comportamento: ela, que não lia, agora lê. Existem aprendizagens de todo tipo, como, por exemplo: quem não sabia nadar e aprende; quem não sabia dirigir e aprende; quem não sabia informática e agora sabe; quem não sabia pilotar um avião e aprende; quem não sabia fazer pão e aprende; quem não sabia falar inglês e aprende; quem não sabia somar e passa a fazer contas com perfeição.

As mudanças não ocorrem apenas na área do conhecimento; acontecem também na área emocional e na área física. Se aprendemos a apreciar a natureza, com certeza vamos nos emocionar com um pôr-do-sol ou com uma linda flor. Se alguém estuda balé, vai ser capaz de dançar com graça; a mudança ocorreu na área física. A Bíblia diz: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

A base da Educação Religiosa, os primeiros passos no processo de aprendizagem  ocorre na infância, e estes passos jamais são esquecidos.

Paulo exortou o seu filho na fé, Timóteo, a que transmitisse os conhecimentos e a vivência adquiridos com ele a homens fiéis, que, por sua vez, instruiriam a outros. “E o que ouviste de mim na presença de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam competentes para ensinar a outros” (2Tm 2.2).


Educar é uma obra que não tem similar.
Educar é como construir, mas é muito mais que edificar.
É como curar, mas ainda vai muito além de
simplesmente sarar uma doença.
Educar é como cultivar cereais para a alimentação
da humanidade; cultivar flores para embelezar os corações; inventar coisas para o bem-estar das pessoas.
Educar é criar.
Criar esperança.
Criar honra.
 Criar amor.
 Criar qualidade de vida.
Criar solidariedade.
(Pr. Paulo Roberto Sória).


Vejamos agora  o termo Religião:

Religião é toda busca humana pelo sobrenatural (os estudiosos denominam o alvo dessa busca de “transcendente”), expressa dentro de um grupo de pessoas. É necessário inserir a expressão “um grupo de pessoas” nesta definição, porque algo só é religião se for expressa por mais de uma pessoa. Não existe religião de uma pessoa sozinha. O que temos neste caso é uma experiência religiosa individual, que só vira religião quando outras pessoas passam a participar da mesma experiência.

Precisamos também entender que a religião não usa uma linguagem objetiva para se expressar. A linguagem da religião não é a língua da realidade, mas é essencialmente simbólica.

Os símbolos usados pela religião expressam uma relação de vida. Se pararmos para pensar, todos os símbolos que as religiões usam para comunicar descrevem a relação que seus adeptos experimentam com uma força sobrenatural, que pode receber diversos nomes, dependendo da religião.

Diante desse tipo de linguagem, um perigo que toda religião corre é ter os seus símbolos entendidos de forma errada. Isso acontece quando o seguidor de uma determinada religião tenta transformar os símbolos usados para descrever a experiência religiosa em coisas ou objetos reais. Caso façamos isso, não poderemos mais entender a relação que eles descrevem.

O que caracteriza a consciência religiosa das pessoas, de uma forma geral? Ela não reflete, como se fosse um espelho, aquilo que os nossos sentidos nos comunicam. Apesar de Paulo falar de um “velho homem dentro de nós” (Rm 6.6), nenhum aparelho médico do mundo conseguirá captar esse personagem dentro de alguém. Essa sua expressão é um símbolo. Um símbolo de uma realidade que ele conhecia e não conseguia expressar de outra forma, porque era mais forte que ele e lhe parecia ser fora da realidade material, espiritual, mais que humano.

Nesta categoria de linguagem entram quase todas as nossas expressões religiosas. As religiões da humanidade falam de deuses e demônios, de dimensões invisíveis e estruturas misteriosas. São coisas que pertencem ao mundo subjetivo dos homens e mulheres, que as experimentam nas suas relações com o próximo e com o mundo. A linguagem cristã afirmaria que são realidades percebidas apenas pelo espírito e pela fé. Paulo mesmo disse que sem fé não se podia entender os textos da Escritura “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”. (1Co 2.14-16). Ou seja, o mundo religioso não é um mundo de coisas concretas, que eu possa pegar ou tocar, mas um mundo de relações (entre mim e uma realidade celestial, ou entre mim e a pessoa que está próxima de mim). É um mundo percebido pelos nossos sentidos, mas não concreto para ser analisado em laboratório. A religião é o espaço das coisas que extrapolam o mundo humano.

    Percebe-se, então, que, para existir religião, é preciso haver um ser humano. Além disso, é necessário existir aquilo que o diferencia substancialmente de todos os outros seres da natureza. Ele tem algo dentro de si, que pode ser chamado de espírito, alma, ou qualquer outra expressão. Esse algo dentro das pessoas não está satisfeito apenas com o que os olhos vêem e as mãos podem pegar, mas quer extrapolar esta existência. Esse desejo de sair dos seus limites, de extrapolar seus extremos é o que gera a possibilidade da expressão religiosa.

       Vejamos o termo Religiosidade:

A Educação se faz religiosa quando está voltada a buscar, entender e agradar a divindade. Toda sociedade tem a sua educação religiosa, ou sua religiosidade, uma vez que essa sociedade sempre procura transmitir a seus adeptos mais novos a sua religião (Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, Budismo, Hinduismo, etc.).  Essa transmissão pode ser assistemática(que não tem, ou em que não há sistema) ou sistemática.( que segue um sistema, coerente com determinada linha de pensamento e/ou de ação).Alguns exemplos:

a. Quando um índio assiste aos rituais religiosos de sua tribo, ele está recebendo educação religiosa.

b. Quando um muçulmano faz peregrinação a Meca, ele está fazendo educação religiosa.

c. Quando o judeu vai à Sinagoga, ele está praticando educação religiosa.

d. Quando um budista segue os seus princípios religiosos para alcançar o Nirvana, ele está praticando educação religiosa.

e. Quando o seguidor da cultura afro-brasileira faz seu ritual, ele está praticando educação religiosa.

A Igreja Católica Apostólica Romana ou Ortodoxa, que são ramificações do Cristianismo, tem suas interpretações.  Elas são desde cedo inseridas nos corações de seus adeptos através do seu programa de Educação Religiosa, a catequese. Alguns exemplos:

 a. Quando um católico participa do sacramento da Santa Comunhão, também conhecido como Santa Eucaristia, onde acreditam que recebem graça quando recebem o corpo e o sangue de Jesus Cristo na aparência de pão e vinho (Transubstanciação), ele está praticando Educação Religiosa .

b. Quando, aos doze anos de idade, ou mais, o católico recebe o sacramento da Crisma ou Confirmação, ele está praticando Educação Religiosa .

c. Quando o adepto do catolicismo faz sua confissão, também chamada Penitência, e o padre o orienta a rezar “x” padre-nossos e “x” ave-marias para que seus pecados sejam perdoados, ele está praticando Educação Religiosa .

      d. Quando um seguidor do catolicismo tem um santo (uma santa) por devoção (São Sebastião, São Pedro, São Francisco de Assis, Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito, São Cosme e São Damião, etc.), para ser seu guia, protetor, ajudador das causas impossíveis, ele está praticando Educação Religiosa

      e. Quando um adepto do catolicismo faz novenas, ele esta está praticando Educação Religiosa .

As Igrejas Evangélicas, que também são ramificações do Cristianismo, tem suas interpretações.  Elas são desde cedo inseridas nos corações de seus membros através do seu programa de Educação Religiosa.. Alguns exemplos:

a. Quando o membro ou visitante é aluno da Escola Bíblica Dominical, ele está adquirindo Educação Religiosa.

b. Quando a criança participa do Culto Infantil e aprende sobre Jesus Cristo, ela está adquirindo Educação Religiosa.

c. Quando a criança participa de uma peça infantil, está  praticando Educação Religiosa.

d. Quando o membro entrega seu dízimo, estão praticando Educação Religiosa.

e. Quando o membro participa da Campanha de Missões, está praticando Educação Religiosa., etc.

       Vejamos agora Educação Religiosa:

1. Algumas Definições:

"... a Educação Religiosa é uma reverente busca dos processos divinamente ordenados, pelos quais a pessoa se desenvolve à semelhança de Cristo  - e o uso destes processos" (Harner).

"... a Educação Religiosa é a transformação e o desenvolvimento da experiência do aluno, de acordo com o sentimento vivo da realidade de Deus e de sua relação com Ele"(Livro: Princípios e Métodos da Educação Religiosa – JUERP).

 "... a Educação Religiosa é o processo pelo qual a experiência, isto é, a própria vida da pessoa, se transforma, desenvolve, enriquece e aperfeiçoa mediante sua relação com Deus, em Jesus Cristo" (Gonzale Báez-Camargo).

... a Educação Religiosa é um processo dinâmico, para a transformação, libertação e integração dos diversos segmentos evangélicos. Ela se dá na caminhada da fé e se desenvolve no confronto da realidade histórica e atual com o reino de Deus, num  compromisso com a missão de Deus no mundo, sob a ação do Espírito Santo, que  revela Jesus Cristo, segundo as Escrituras (Anônimo).

     2. Vejamos alguns aspectos do conceito acima citado:
           
a. A Educação Religiosa é um processo dinâmico, para a transformação, libertação e integração dos diversos segmentos evangélicos...  A primeira idéia implícita é que ela é dinâmica, viva, jamais estanque; que exige a participação ativa e o envolvimento completo de todas as pessoas; que acontece em uma variedade de situações concretas; que não se limita a espaços e programas determinados, mas inclui também a família, a escola, o púlpito, as igrejas em geral, as instituições e outros segmentos eclesiásticos ou não-eclesiásticos, que agem a favor da dignidade humana.

O processo de que estamos falando exige: comprometimento, envolvimento,  avaliação permanente e aperfeiçoamento na caminhada.

b. ...que se desenvolve no confronto da realidade histórica e atual , com o reino de Deus...             Esta afirmação significa que a Educação Religiosa não acontece no vazio. Ela deve atingir cada pessoa em suas necessidades individuais e cristãs; ser força no meio da comunidade onde congrega; ser propulsora da novidade de vida, para as pessoas, para os diversos grupos evangélicos, para o povo de Deus.

Não é possível desvincular a ação educativa dos acontecimentos ao nosso redor, das forças econômicas, políticas, sociais, culturais e religiosas do país, do continente, do mundo.

c. ...sob a ação do Espírito Santo, que é reveladora de Cristo... A Educação Religiosa é uma das dimensões fundamentais do ministério que o Senhor Jesus entregou à sua Igreja. Como povo de Deus, a Igreja deve estar empenhada em vivenciar o Reino dos céus na terra, cultuando a Deus, vivendo em comunhão, proclamando o evangelho de Cristo, ensinando a verdade revelada e servindo à humanidade no espírito de Cristo.

A igreja, corpo de Cristo, é constituída por aqueles que aceitam a Cristo e, impulsionados pelo amor, se comprometem a participar, colocando seus  dons e ministérios a serviço da missão.

A Educação Religiosa depende essencialmente da operação do Espírito Santo para alcançar os seus objetivos. A presença e o poder do Espírito Santo na vida da pessoa, nos diversos segmentos evangélicos, desafiam à ação.

d. ...conforme o testemunho das Escrituras. A Bíblia, como registro da revelação de Deus aos homens, é a fonte dos conceitos de Educação Religiosa. Ela objetiva a formação do novo homem em Cristo, e esse homem deve ter caráter nitidamente cristocêntrico. A relevância da Educação Religiosa está diretamente ligada à contextualização da mensagem bíblica e ao seu relacionamento com a experiência quotidiana do cristão, visando sempre dar-lhe condições de atingir a plena maturidade em Cristo.

As Escrituras Sagradas são o fundamento da fé, compromisso e ação.  Elas registram as experiências objetivas e históricas da ação de Deus, através das quais ele se revela. Tais relatos são vivenciados e celebrados, e expressam o processo educativo do povo de Deus no Velho Testamento e no Novo Testamento.

e. ...levando em conta a pessoa e a comunidade...  A Educação Religiosa respeita e reconhece cada pessoa como filha de Deus, criada à sua imagem e semelhança, amada, a tal ponto de ter enviado seu filho ao mundo, o qual foi morto e ressuscitou, por amor a todos . “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.(3.16).

O reconhecimento de todos os desprezados e marginalizados da sociedade, os explorados e oprimidos por qualquer sistema é uma tarefa da Educação Religiosa.

A Educação Religiosa parte de um conceito antropológico, fundamentado na Bíblia, de que o ser humano é mordomo de Deus, o que implica sua liberdade e responsabilidade, além da sua transcendência como criatura de Deus.

A Educação Religiosa considera o ser humano dentro de uma visão realista da sua natureza de pecador, que herdou uma condição de pecado e vive num ambiente dominado por ele, dependendo da graça de Jesus para a sua conversão e crescimento até a plena realização do seu ser. Sendo o homem um conjunto de potencialidades, a aceitação da sua educabilidade é básica no processo do magistério da igreja.

 A Educação Religiosa parte de uma visão integral do ser humano, em que se torna imperativo não se separar a educação da vida, a emoção do intelecto, o sagrado do secular, e que deverá considerar os seguintes fatores: os estágios de desenvolvimento da personalidade humana; os estágios do processo cognitivo; a natureza dinâmica do processo ensino/aprendizagem e o significado da experiência religiosa de acordo com o estágio evolutivo de cada indivíduo.

f. ...a Educação Religiosa objetiva a transformação, a libertação...  A Educação Religiosa tem por objetivo a formação de uma consciência que oriente a conduta do cristão à luz da Palavra de Deus e desenvolva o seu caráter, de modo a reproduzir nele o caráter de Jesus Cristo na adoração, no comportamento ético em todos os aspectos do seu viver e na submissão ao propósito redentivo do amor de Deus. “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19).

A transformação da pessoa em nova criatura e do mundo em um mundo novo, na perspectiva do reino de Deus, são obra do processo educativo realizado por  Deus em Cristo e continuada pela igreja, pela obra do Espírito Santo. A transformação significa a libertação individual, social e denominacional. Quem transforma, quem liberta, quem salva é Jesus Cristo. Não é a denominação A, B ou C. À medida que os cristãos vão sendo envolvidos no processo de transformação, eles crescem e se santificam.

O objetivo final da Educação Religiosa  é levar a pessoa a alcançar a plena maturidade como ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.

g. ...e a capacitação de ambos, para um comprometimento com a missão de Deus no mundo. A Educação Religiosa tem como base o conceito de que Deus se revela como verdade infinita e que o ser humano é capaz de conhecê-lo em parte, mesmo que redentivamente. Isso deve levar a pessoa humana a crescer na graça e no conhecimento de Cristo, até alcançar o pleno conhecimento da verdade..

A missão é um movimento de Deus em direção ao mundo (pessoas e comunidade).  A iniciativa divina é oferecida ao povo de Deus, como um desafio. A Educação Religiosa aceita esse desafio, em obediência ao seu imperativo missionário.

Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.16);

 “...ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado...”  (Mt 28:20).

O nosso modelo de mestre é Jesus Cristo. Que coisas ele tem ordenado? Qual o significado dos ensinos de Jesus Cristo? Sem dúvida é identificarmo-nos com ele e seu ministério. É perceber quem são, em nossos dias, os pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos, os publicanos, os fariseus; é comer com os pecadores, elogiar os “samaritanos”, integrar os marginalizados, denunciar os “vendilhões”... É derrubar as fronteiras e alcançar todas as pessoas.

O comprometimento com esta missão implica envolvimento integral da Educação Religiosa com a pessoa (com pessoas) e a vida denominacional, ou seja, do nosso segmento evangélico.

É um compromisso com o passado, nossa herança, com o presente, nosso grande desafio, e com o futuro, as gerações que nos seguem.  É a uma Educação Religiosa desta natureza que a igreja se propõe.

Quando Jesus disse: “... edificarei a minha igreja” (Mt 16.18), ele não se referia a um prédio, nem a uma organização em especial, mas evocava uma comunhão dinâmica e criadora de pessoas que haveriam de aceitá-lo pela fé e provar lealdade aos seus ensinamentos através de suas vidas.

Que podemos dizer 21 séculos depois? Forças revolucionárias sem paralelo operam no mundo hoje, gerando rebelião, ódio, medo, tumulto, confusão, em busca de uma avaliação de tudo quanto existe. A Igreja não escapa a esse fenômeno, quer seja considerada no sentido universal, quer no sentido local. Não são poucos os que indagam: “Terá a Igreja uma mensagem relevante para os nossos dias?” Ou: “Que podem as igrejas fazer pela humanidade?”

É necessário, portanto, que os membros compreendam claramente a natureza e a função da sua igreja no mundo. Precisam saber quem são, conhecer o trabalho que devem realizar e como realizá-lo, a fim de que a igreja reafirme a sua missão divina no mundo e cumpra integralmente o propósito de Deus.

     Neste artigo analisamos o termo Educação Religiosa, formando uma consciência que oriente a conduta do cristão à luz da Palavra de Deus.  
 Profa. Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa
(Coordenadora do DER)

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