Temos
visto e ouvido e pesquisado sobre: O que é Educação? Qual seu papel na vida do
cidadão? Qual o caminho que temos e que podemos escolher seguir? É válido
pensar e é preciso definir o que é educação, mas, o que temos de saber é que a
educação é necessária, pois nos ajuda a nos encontrar dentro da sociedade. É válido pensar que uma criança que não passe
pela escola, se senta inferior aos outros. Educação não é apenas o que
aprendemos em ambiente escolar, mas também o que aprendemos o meio familiar,
religioso, na rua, por onde quer passamos, aprendemos a nos encontrar no meio
do mundo, aprendemos a pensar, a refletir, a criticar o que vemos, ouvimos, o
que vamos encontrar pela vida. Neste papel precisamos saber onde nós os
educadores nos encontramos. É preciso ter a consciência que não somos
detentores do saber, mas que somos ponte para que o educando encontre este
saber.
Podemos
dividir este papel em algumas partes importantes. É preciso saber que a Educação
Escolar tem como compromisso levar o aluno a encontrar-se no mundo, e que ele
possa somar sua aprendizagem com a bagagem trazida no longo da sua vida, mas
também com o conhecimento do próprio ser, pois só assim, o educando poderá ser
crítico de sua sociedade, é também crítico de si mesmo, pois ele mesmo poderá
se auto-avaliar, assim entendendo o que deve ou não continuar fazendo em sua
vida, seja ela escolar ou familiar. Com esta prática a criança ou adolescente e
até mesmo o adulto, que está sendo preparado para ser um pesquisador, ser um
crítico no sentido de buscar entender o que é bom ou ruim para ele alcançará o
conhecimento.
Queremos
chamar a atenção para algumas formas que a Educação poderá desenvolver seu
papel. Uma delas é através do desenvolvimento dos quatro pilares da educação:
O
primeiro é “aprende a conhecer” - É muito abrangente, pois dá ao educando e ao
educador, um amplo espaço para se desenvolver, pois eles precisam inserir em
suas vidas, o conhecer, o buscar, o pesquisar em todos os sentidos da sua vida.
Isto significa uma busca constante.
O segundo
é “aprender a conviver” - É uma das
coisas mais importantes da vida do ser humano, pois quando não sabemos conviver
com o outro, seremos pessoas egoístas, individualistas, e não conseguiremos
viver em sociedade. É preciso ter a convicção de que ninguém vive sozinho. Em
uma sala de aula, há crianças com muitas histórias de vida, muitas culturas,
muitas diferenças sociais. Isto acaba deixando algumas de fora, hora porque não
se sentem parte do grupo, hora porque o grupo não as deixa fazer parte.
O terceiro
é “ aprender a fazer” - Significa
que depois de buscar e pesquisar, é preciso que o educando e o educador faça
aquilo que lhe está sendo pedido. Quando colocamos o educador, é porque para
ele também precisa ser uma prática, pois não podemos exigir do aluno algo que
não temos como prática.
Nosso
quarto pilar da educação é “aprende a
ser” - Isto nos dá a amplidão da
vida, o que somos, ou como somos. Para aprender a ser, é preciso um exercício
diário de autoconhecimento, um exercício de autocrítica, mas também é preciso
entender-se como ser igual aos outros, é preciso que o ser humano fique atento a
sua auto-estima, pois se ele se achar
superior ou inferior a outros, dará, uma
falsa idéia de quem ele é.
Nessa
trajetória é preciso, para desenvolvermos um bom papel na Educação, sermos educadores
pesquisadores. Isto significa buscar... Indagar... Estar a cada momento abertos
para as mudanças, buscar entender cada geração, com suas particularidades,
entender que a forma de vida de hoje é diferente da geração de vinte ou trinta
anos atrás. É preciso renovar, ou seja reciclar os conhecimentos e incentivar
cada educando a buscar o conhecimento de forma que isto seja relevante para a
sua vida. È preciso sempre ter consciência sobre a diversidade cultural.
É também
papel da educação levar em consideração a cultura do educando, pois nisto
também diferencia a aprendizagem, é preciso e necessário levar em conta as
culturas regionais, familiares. É preciso saber que cada um tem seus hábitos,
crenças e comportamento, forma de pronúncia das palavras, e seus significados
(a mesma palavra em cada região tem diferentes significados).
A
Educação tem como papel decisivo e importante, fazer com que a inclusão Social,
aconteça de fato, mas o
que é inclusão social? “É resultado de um processo de acumulação de necessidades históricas, e
este acúmulo de necessidades resulta nas transformações que vem ocorrendo na
sociedade”. (Revista Inclusão Social).
Esta
definição nos dá algumas verdades da realidade de muitos dos nossos estudantes.
É preciso entender, compreender sua forma de vida, de visão do mundo, porque
muitos deles não conseguem entender o que se diz na escola, porque não fazem
parte daquela realidade. Por exemplo: um aluno que mora em uma instituição, um
Lar de Crianças, ela muitas dificuldades no contexto escolar. Ela se sente
diferente de seus colegas, suas limitações econômicas falam muito alto. Eles
não conseguem fazer amizades com alguém que tem dinheiro para comprar o lanche
todos os dias.
A
inclusão social não pode ser confundida com meramente dar algo a uma criança ou
a um estudante, mas sim fazer com que o aluno se sinta parte da escola, se
sinta parte da sociedade, para isso podemos contar com a ajuda de profissionais
qualificados, como psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, que auxiliarão os
educadores.
A inclusão social não pode
ser confundida com meramente dar algo a uma criança ou a um estudante, mas sim
fazer com que o aluno se sinta parte da escola, se sinta parte da sociedade
Vale à
pena lembrar que o que leva um estudante a se sentir excluído ou de fato ser
excluído pelos outros, algo muito comum, é a diferença racial, social, crianças
de instituições, opções sexuais.
Outro
papel que se destaca na educação, é a integralidade do ser humano, isto
significa, desenvolver o educando no sentido integral, ou seja, emocional,
físico e espiritual. É preciso perceber o ser humano em todos os aspectos de
sua vida. Se seu físico não estiver bem, seu emocional sentirá. Quando seu
emocional não estiver bem, ele será afetado espiritualmente e seu lado cognitivo
sofrerá.
Em nossos
dias temos como auxiliares: a internet, os cursos superiores a distância, temos
um aparato tecnológico grande, para que cada dia mais, tanto alunos como
professores, usem isto para somar a aprendizagem. Através da pesquisa, da
crítica, chegar a um ponto necessário para ser um pesquisador e crítico de si
mesmo, do ensino, da sociedade, mas sobretudo, que possa aprender a ser.
Concluímos
então que o papel da educação não é meramente fazer de conta que alguém ensina
e o outro aprende. Não é seguir metas, ou preencher relatórios. O papel da
educação é construir conhecimento, somando ao conhecimento já adquirido. É
estar preocupado com o ser humano integral, ou seja, em todos os sentidos de
sua vida. É ver e rever os conceitos já existentes, e também trazer de volta os
conceitos que já existiam, mas que podem ser reutilizados com a linguagem
própria dos nossos dias.
É preciso
reciclar o conhecimento e não deixar de dar autonomia para que o educando, tome
suas decisões. Dar a cada um deles trabalhos que sejam relevantes, que os levem
a refletir, e criticar o que já aconteceu, levando-os a perceberem as mudanças que é preciso realizar em seus
dias. É preciso dizer a nossos alunos que eles são capazes. Não ficar apenas em
palavras. Nossas ações precisam mostrar
que eles podem tomar suas decisões. Como educadores, precisamos mostrar
quais são os caminhos, que eles precisam trilhar. Quando tomarem decisões
erradas, não podemos simplesmente
criticá-los, mas sim mostrar a cada um que é preciso continuar trilhando o caminho do
conhecimento.
Marjorie Esquina Navarro
Pedagoga, Missionária da Junta de Missões Nacionais.
Trabalha como Educadora Social no Lar David Gomes em
Barreiras, BA
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