"Ensina a
criança no caminho em deve andar, e até
quando envelhecer não se desviará dele." (Pv 22.6)
Nestes tempos da
pós-modernidade, a família enfrenta tremendos desafios quando o materialismo, a
violência, as drogas, o sexo livre e a perversão de costumes proliferam por
toda parte, sendo que a mídia se encarrega de propagar o mal com rapidez
impressionante. E diante do quadro tenebroso que aí está, sem dúvida, o maior
desafio que a família enfrenta é o da educação dos filhos, especialmente
enquanto crianças.
A criança pode ser
comparada a uma página em branco, onde podemos escrever o que quisermos: os poemas mais belos ou
mensagens eivadas de maldade. Desse modo, dependendo do que ensinamos, podemos
preparar a criança - o homem ou a mulher de amanhã - para ser bênção ou
maldição no meio social. Tudo dependerá da maneira como a educarmos. A
propósito, certa vez alguém perguntou a um sábio quando se deveria começar a
educar a criança, ao que ele respondeu: "Dá-me uma criança até os seis anos de idade, e depois poderás fazer
dela o que quizeres". O que ele queria dizer é que a educação da
criança deve começar o mais cedo possível, na mais tenra idade. Eu diria que
para que essa educação seja ideal, a mãe da criança precisa ser educada antes
de dar à luz um novo ser, pois ninguém pode dar o que não tem. "Não pode uma árvore má produzir frutos bons".
A
criança pode ser comparada a uma página em branco, onde podemos escrever o que quisermos: os poemas mais belos ou
mensagens eivadas de maldade. Desse modo, dependendo do que ensinamos, podemos
preparar a criança - o homem ou a mulher de amanhã - para ser bênção ou
maldição no meio social.
No dizer de Fulton
Sheen, "a criança vem ao mundo
desprovida de todo o conhecimento e de toda compreensão. Seu espírito, embora
vazio, no princípio, é um terreno fértil para a semeadura". Portanto,
essa página em branco ou esse terreno fértil está diante dos pais para receber
o bom ou mau exemplo, a boa ou má influência.
"Ensina a
criança", preconiza a Palavra de Deus no texto em epigrafe. Mas, como
ensiná-la? Que devemos oferecer à criança para que o seu crescimento seja
abençoado, tanto do ponto de vista físico, quanto emocional, intelectual e
espiritual? É o que veremos a seguir.
Em primeiro lugar, devemos oferecer à criança um
ambiente de paz e harmonia em nossos lares. Isto é de fundamental importância
quando se pensa na educação dos filhos.
O lar em que o desassossego, os desentendimentos e as discussões acaloradas
acontecem com frequência, impossibilita o desenvolvimento normal da criança.
Não há nada mais prejudicial à personalidade em formação do que os pais
discutirem e brigarem na presença das crianças e, não raro, se agredirem verbal
a até fisicamente, em alguns casos. A criança que assiste a um quadro, assim
deprimente, é vítima de terríveis traumas emocionais. Muitos complexos e
recalques que se revelam na idade adulta, tem sua gênese na infância, como
resultado de um ambiente em que a desarmonia predominava e os pais se
descontrolavam emocionalmente.
Não
há nada mais prejudicial à personalidade em formação do que os pais discutirem
e brigarem na presença das crianças
A Palavra de Deus
adverte contra determinados procedimentos considerados indignos dos verdadeiros
crentes, pessoas nascidas de novo, pela atuação poderosa do Espírito Santo.
Entre os vários pecados condenados na Escritura são mencionados os seguintes:
"Toda a amargura, e cólera, e ira, e
gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia. Antes
sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4.31-32). Os pais
devem, pois, evitar tudo o que possa perturbar a paz e harmonia do lar e prejudicar emocionalmente as crianças sob
seus cuidados.
Em segundo lugar, outra forma das mais eficazes de educar a
criança, é através do exemplo que seja digno de imitação. Este é outro fator da
mais alta importância no ensino das crianças, pelo fato de elas estão de olho em
tudo que fazemos e de ouvidos atentos a tudo que dizemos. Conforme aquele
pensamento tantas vezes repetido e verdadeiro, "uma imagem vale mais do que mil palavras". De fato, a criança
aprende mais por ver do que por ouvir. Daí porque o exemplo dos pais, e dos
adultos que com ela convivem, ou seja, aquilo que ela observa no convívio com
os pais, no que fazem e como procedem no dia a dia, desde que seja um
procedimento correto, de acordo com as Santas Escrituras, tal exemplo positivo
será de excepcional valor para a sua formação moral e espiritual.
A
criança aprende mais por ver do que por ouvir. Daí porque o exemplo dos pais, e
dos adultos que com ela convivem
A criança, como
todo ser humano, é imitativa e, geralmente, segue os passos das pessoas com as quais
convive e exercem maior influência sobre sua vida. Esta, aliás, é a razão
porque, mesmo na idade adulta, às vezes nos surpreendemos, dizendo coisas ou
procedendo da mesma maneira que nossos pais quando éramos crianças, não é
verdade? É que, resultando do convívio com eles, passamos a imitá-los, até
inconscientemente. e tal imitação se reproduz de quando em quando, mesmo na
idade madura. Eis porque devemos como pais e/ou educadores, fazer o maior
empenho em deixar para os nossos filhos um exemplo digno, e isto por certo se
constituirá no maior legado que se poderá deixar para eles.
Deus deseja que os
pais e os educadores se constituam num exemplo de fé diante das crianças sob
seus cuidados. Paulo menciona o belíssimo exemplo de Loide e Eunice, influenciando
poderosamente a vida do jovem Timóteo: "Trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou
primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também
habita em ti" (2Tm 1.5).
Em terceiro e último lugar, há que se pensar
no ensino verbal, em se tratando da educação infantil. O exemplo, como já
vimos, é o ensino objetivo e visual. A vida dos pais e educadores influenciando
positivamente a dos filhos, especialmente enquanto crianças; mas, os pais
precisam também verbalizar o ensino, com palavras simples, à altura da
compreensão das crianças. É no lar que a criança precisa receber uma orientação
geral para a vida em formação; e, em se tratando de lares crentes, a orientação
evangélica não pode e não deve ser esquecida.
Desse modo, evitamos que a criança aprenda na
rua ou na escola, em contato com pessoas
sem os princípios cristãos. Os pais são os primeiros mestres de seus
filhos, por isso que devem estar sempre prontos e preparados para responder
suas perguntas e lhes dar a orientação correta para que suas crianças não
fiquem, por ignorância, à mercê de maus elementos que existem em toda parte.
É necessário também
que os pais acompanhem a vida escolar de seus filhos, verificando se fazem os
deveres de casa, e se estão progredindo nos estudos. Além do que, devem manter
contato com a direção da escola onde eles estudam, para que saibam que tipo de
ensino estão recebendo e qual o comportamento dos filhos no meio escolar,
conhecendo seus colegas...
Entretanto, o
ensino mais importante que os pais devem transmitir aos filhos paira na esfera
espiritual. É dever sagrado dos pais crentes cuidar da vida espiritual dos
filhos desde a mais tenra idade. Ensinando-os a orar, a depender de Deus em
todas as coisas, a respeitar e amar a Palavra de Deus, o que se consegue
através da narrativa de histórias bíblicas, da memorização de textos da Bíblia.
E também levá-los à igreja, para que se habituem a cultuar ao Senhor e, consequentemente, a cultivar o
hábito salutar de ir à casa de Oração e de se confraternizar com outros
cristãos. Vem a calhar, nesta conexão, o preceito bíblico: "Estas palavras que hoje te ordeno, estão no
teu coração. E a ensinarás a teus filhos. e delas falarás assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te" (Dt
6.6-7).
É
dever sagrado dos pais crentes cuidar da vida espiritual dos filhos desde a
mais tenra idade. Ensinando-os a orar, a depender de Deus em todas as coisas, a
respeitar e amar a Palavra de Deus, o que se consegue através da narrativa de
histórias bíblicas, da memorização de textos da Bíblia.
Vale dizer que Deus
deseja que os pais sejam os evangelizadores de seus filhos, não esperando que
eles sejam evangelizados pela igreja. Há muitos pais que delegam a
responsabilidade da educação religiosa de seus filhos para a igreja ou para os
professores da EBD o que é um erro e uma perda de oportunidade. Deus quer que
você, pai ou mãe que me lê, tenha o
privilégio de conduzir o seu filho ou filha aos pés de Cristo, e que não
delegue tal privilégio a ninguém.
Os pais crentes
devem, pois, estar espiritualmente preparados para ganhar seus filhos para
Cristo, enquanto crianças, tendo assim a alegria de vê-los crescerem com Jesus
crescia, em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens. (Lc
2.52).
Que Deus assim
abençoe os pais que nos lerem. Amém!
Nilson Dimarzio
Membro Titular da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Escritor, Músico,
Advogado.
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