segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ENSINA A CRIANÇA

"Ensina a criança no caminho  em deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele." (Pv 22.6)

Nestes tempos da pós-modernidade, a família enfrenta tremendos desafios quando o materialismo, a violência, as drogas, o sexo livre e a perversão de costumes proliferam por toda parte, sendo que a mídia se encarrega de propagar o mal com rapidez impressionante. E diante do quadro tenebroso que aí está, sem dúvida, o maior desafio que a família enfrenta é o da educação dos filhos, especialmente enquanto crianças.

A criança pode ser comparada a uma página em branco, onde podemos escrever  o que quisermos: os poemas mais belos ou mensagens eivadas de maldade. Desse modo, dependendo do que ensinamos, podemos preparar a criança - o homem ou a mulher de amanhã - para ser bênção ou maldição no meio social. Tudo dependerá da maneira como a educarmos. A propósito, certa vez alguém perguntou a um sábio quando se deveria começar a educar a criança, ao que ele respondeu: "Dá-me uma criança até os seis anos de idade, e depois poderás fazer dela o que quizeres". O que ele queria dizer é que a educação da criança deve começar o mais cedo possível, na mais tenra idade. Eu diria que para que essa educação seja ideal, a mãe da criança precisa ser educada antes de dar à luz um novo ser, pois ninguém pode dar o que não tem. "Não pode uma árvore má produzir frutos bons".

A criança pode ser comparada a uma página em branco, onde podemos escrever  o que quisermos: os poemas mais belos ou mensagens eivadas de maldade. Desse modo, dependendo do que ensinamos, podemos preparar a criança - o homem ou a mulher de amanhã - para ser bênção ou maldição no meio social.

No dizer de Fulton Sheen, "a criança vem ao mundo desprovida de todo o conhecimento e de toda compreensão. Seu espírito, embora vazio, no princípio, é um terreno fértil para a semeadura". Portanto, essa página em branco ou esse terreno fértil está diante dos pais para receber o bom ou mau exemplo, a boa ou má influência.

"Ensina a criança", preconiza a Palavra de Deus no texto em epigrafe. Mas, como ensiná-la? Que devemos oferecer à criança para que o seu crescimento seja abençoado, tanto do ponto de vista físico, quanto emocional, intelectual e espiritual? É o que veremos a seguir.

Em primeiro lugar, devemos oferecer à criança um ambiente de paz e harmonia em nossos lares. Isto é de fundamental importância quando se pensa na educação dos filhos.  O lar em que o desassossego, os desentendimentos e as discussões acaloradas acontecem com frequência, impossibilita o desenvolvimento normal da criança. Não há nada mais prejudicial à personalidade em formação do que os pais discutirem e brigarem na presença das crianças e, não raro, se agredirem verbal a até fisicamente, em alguns casos. A criança que assiste a um quadro, assim deprimente, é vítima de terríveis traumas emocionais. Muitos complexos e recalques que se revelam na idade adulta, tem sua gênese na infância, como resultado de um ambiente em que a desarmonia predominava e os pais se descontrolavam emocionalmente.
Não há nada mais prejudicial à personalidade em formação do que os pais discutirem e brigarem na presença das crianças

A Palavra de Deus adverte contra determinados procedimentos considerados indignos dos verdadeiros crentes, pessoas nascidas de novo, pela atuação poderosa do Espírito Santo. Entre os vários pecados condenados na Escritura são mencionados os seguintes: "Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia. Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4.31-32). Os pais devem, pois, evitar tudo o que possa perturbar a paz e harmonia do lar e  prejudicar emocionalmente as crianças sob seus cuidados.

Em segundo lugar, outra forma das mais eficazes de educar a criança, é através do exemplo que seja digno de imitação. Este é outro fator da mais alta importância no ensino das crianças, pelo fato de elas estão de olho em tudo que fazemos e de ouvidos atentos a tudo que dizemos. Conforme aquele pensamento tantas vezes repetido e verdadeiro, "uma imagem vale mais do que mil palavras". De fato, a criança aprende mais por ver do que por ouvir. Daí porque o exemplo dos pais, e dos adultos que com ela convivem, ou seja, aquilo que ela observa no convívio com os pais, no que fazem e como procedem no dia a dia, desde que seja um procedimento correto, de acordo com as Santas Escrituras, tal exemplo positivo será de excepcional valor para a sua formação moral e espiritual.

A criança aprende mais por ver do que por ouvir. Daí porque o exemplo dos pais, e dos adultos que com ela convivem

A criança, como todo ser humano, é imitativa e, geralmente, segue os passos das pessoas com as quais convive e exercem maior influência sobre sua vida. Esta, aliás, é a razão porque, mesmo na idade adulta, às vezes nos surpreendemos, dizendo coisas ou procedendo da mesma maneira que nossos pais quando éramos crianças, não é verdade? É que, resultando do convívio com eles, passamos a imitá-los, até inconscientemente. e tal imitação se reproduz de quando em quando, mesmo na idade madura. Eis porque devemos como pais e/ou educadores, fazer o maior empenho em deixar para os nossos filhos um exemplo digno, e isto por certo se constituirá no maior legado que se poderá deixar para eles.

Deus deseja que os pais e os educadores se constituam num exemplo de fé diante das crianças sob seus cuidados. Paulo menciona o belíssimo exemplo de Loide e Eunice, influenciando poderosamente a vida do jovem Timóteo: "Trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti" (2Tm 1.5).

Em terceiro e último lugar, há que se pensar no ensino verbal, em se tratando da educação infantil. O exemplo, como já vimos, é o ensino objetivo e visual. A vida dos pais e educadores influenciando positivamente a dos filhos, especialmente enquanto crianças; mas, os pais precisam também verbalizar o ensino, com palavras simples, à altura da compreensão das crianças. É no lar que a criança precisa receber uma orientação geral para a vida em formação; e, em se tratando de lares crentes, a orientação evangélica não pode e não deve ser esquecida.

 Desse modo, evitamos que a criança aprenda na rua ou na escola, em contato com pessoas  sem os princípios cristãos. Os pais são os primeiros mestres de seus filhos, por isso que devem estar sempre prontos e preparados para responder suas perguntas e lhes dar a orientação correta para que suas crianças não fiquem, por ignorância, à mercê de maus elementos que existem em toda parte.

É necessário também que os pais acompanhem a vida escolar de seus filhos, verificando se fazem os deveres de casa, e se estão progredindo nos estudos. Além do que, devem manter contato com a direção da escola onde eles estudam, para que saibam que tipo de ensino estão recebendo e qual o comportamento dos filhos no meio escolar, conhecendo seus colegas...

Entretanto, o ensino mais importante que os pais devem transmitir aos filhos paira na esfera espiritual. É dever sagrado dos pais crentes cuidar da vida espiritual dos filhos desde a mais tenra idade. Ensinando-os a orar, a depender de Deus em todas as coisas, a respeitar e amar a Palavra de Deus, o que se consegue através da narrativa de histórias bíblicas, da memorização de textos da Bíblia. E também levá-los à igreja, para que se habituem a cultuar  ao Senhor e, consequentemente, a cultivar o hábito salutar de ir à casa de Oração e de se confraternizar com outros cristãos. Vem a calhar, nesta conexão, o preceito bíblico: "Estas palavras que hoje te ordeno, estão no teu coração. E a ensinarás a teus filhos. e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te" (Dt 6.6-7).

É dever sagrado dos pais crentes cuidar da vida espiritual dos filhos desde a mais tenra idade. Ensinando-os a orar, a depender de Deus em todas as coisas, a respeitar e amar a Palavra de Deus, o que se consegue através da narrativa de histórias bíblicas, da memorização de textos da Bíblia.

Vale dizer que Deus deseja que os pais sejam os evangelizadores de seus filhos, não esperando que eles sejam evangelizados pela igreja. Há muitos pais que delegam a responsabilidade da educação religiosa de seus filhos para a igreja ou para os professores da EBD o que é um erro e uma perda de oportunidade. Deus quer que você, pai ou mãe  que me lê, tenha o privilégio de conduzir o seu filho ou filha aos pés de Cristo, e que não delegue tal privilégio a ninguém.

Os pais crentes devem, pois, estar espiritualmente preparados para ganhar seus filhos para Cristo, enquanto crianças, tendo assim a alegria de vê-los crescerem com Jesus crescia, em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens. (Lc 2.52).
Que Deus assim abençoe os pais que nos lerem. Amém!

Nilson Dimarzio
Membro Titular da Academia Evangélica de Letras do Brasil.  Escritor, Músico, Advogado.




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