“Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os
a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o
fim dos tempos”. Mt. 28.19-20.
Certa vez ouvi uma
frase que diz o seguinte, “O problema da
igreja não esta na porta dos fundos, mas na porta de entrada”(Pr. Nilton
Antonio de Souza, JMN). Quando pensamos em igreja imaginamos um belo templo,
com muitos irmãos, grupo de músicos com vários tocadores de instrumentos, um
coral com muitas vozes, pastores, diáconos, e vários departamentos como: EBD,
MCA, UNIAD, Mensageiras do Rei, Embaixadores do Rei, União de Homens, e outras
coisas mais. Dificilmente construímos em nossa mente uma igreja sem essa
formatação e quando iniciamos um trabalho de evangelização em um determinado
lugar trabalhamos para chegar a esse objetivo.
Primeiramente
precisamos lembrar que “Igreja é uma
congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É
nesse sentido que a palavra “igreja” é empregada no maior número de vezes nos
livros do Novo Testamento. Tais
congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com a finalidade
de prestarem culto a Deus, observarem as ordenanças de Jesus, meditarem nos
ensinos da Bíblia para a edificação mútua e para a propagação do evangelho”.
(Declaração Doutrinária da CBB).
Também definimos
como: “Uma igreja é um grupo de pessoas
que se arrependeram de seus pecados e colocaram a sua confiança em Jesus Cristo
como Salvador e Senhor, e imediatamente foram batizados por imersão. Essas
pessoas começam a se reunir com singularidade como família de Deus. Têm um
companheirismo na oração, no louvor e no estudo da Bíblia com o propósito
definido de glorificar o nome de Cristo e estender o Reino de Deus na terra.
Isso é a igreja”. (Charles Brock, E Agora? pg.33).
Aos 12 anos de
idade me converti na Congregação Batista no Córrego da Jacutinga, município de
Água Doce do Norte no interior do Espírito Santo. Nessa congregação não havia
tocadores, nem grupo de louvor, lembro-me de uma liturgia simples, quando era
para louvar, todos louvavam, o grupo de
louvor era toda a congregação. Alguns irmãos liam um texto da bíblia, outros cantavam
dueto, solo, tudo a capela.
Passaram-se vinte
anos e eu retornei aquela congregação, a liturgia continuava a mesma, ainda não
tinha um tocador e nem um grupo de louvor, o que me surpreendeu foi o
crescimento da congregação, encontrei alguns do meu tempo, mas fiquei feliz por
ver que muitas pessoas novas aceitaram Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Uma
das qualidades daquela pequena igreja do interior é o ensino. Naquela igreja
fui doutrinado, lá fui ensinado que a Bíblia é a palavra de Deus, fui batizado,
me ensinaram que devemos evangelizar a todo tempo, me ensinaram que missões é o
dever de todos que aceitam a Jesus Cristo como Salvador e Senhor.
Os irmãos entram
ano e passam ano sem nenhum aprofundamento na palavra de Deus
Precisamos conscientizar
nossos irmãos sobre o verdadeiro sentido da igreja. Certo dia conversando com
um adolescente da igreja, componente do grupo de louvor, batizado, freqüente
nos cultos por causa da sua função, porém não sabia absolutamente nada sobre a
Bíblia, somente que seu nome é o mesmo de um dos autores do evangelho. Os
irmãos entram ano e passam ano sem nenhum aprofundamento na palavra de Deus.
Hoje nossas igrejas não aceitam mais uma forma de trabalho que há vinte anos
fazia a igreja crescer, que há cem anos fazia a igreja crescer, que há dois mil
anos fez a igreja crescer.
Hoje nossas igrejas
não aceitam mais uma forma de trabalho que há vinte anos fazia a igreja
crescer, que há cem anos fazia a igreja crescer, que há dois mil anos fez a
igreja crescer
A igreja primitiva
tinha um principio para o crescimento, “Eles se dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (At. 2.42). Sem ensino o
conceito de igreja, e a formação de igreja, fogem dos princípios bíblicos.
Quando Jesus Cristo enviou seus discípulos a fazer outros discípulos, ele disse
que eles deveriam ensinar os novos convertidos.
Muitas lideranças estão negligenciando a pregação e o ensino.
Infelizmente, por esse motivo nossas igrejas estão cheias de “fieis” sem convicção
doutrinaria e sem certeza de salvação.
Sem
ensino o conceito de igreja, e a formação de igreja, fogem dos princípios
bíblicos.
Há muitas igrejas
surgindo em nosso País, porém não está sendo por causa do ensino dos apóstolos
e nem por motivo de comunhão entre os irmãos, também não está sendo o acréscimo
que o Senhor está fazendo. O motivo do surgimento dessas igrejas tem sido as
brigas dos irmãos, desejo de exercer a primazia entre os outros, brigas por
desvios doutrinários, coisas que são passiveis de exclusão por ser
comportamento de pessoas que não conhecem a palavra de Deus. Esses são os
elementos que tem feito com que organizem outras igrejas, sem conhecimento do
que é de fato uma igreja, iniciada sem ensino, sem capacidade de ensinar a
outros e também, sem princípios de uma vida cristã como o povo da igreja no
inicio tinha ao ponto da igreja cair na graça do povo.
O pastor Harold
Segura Carmona, em seu livro, “Para que serve a Espiritualidade?” disse: “Devemos seguir a Cristo baseados no modelo do
mestre, e não nas expectativas da igreja institucionalizada, nas ânsias de
nossa religiosidade legalista ou nos desejos de auto realização humana”
(pg.20). A vida cristã só é possível através da comunhão com Cristo e com
os irmãos. Quando Jesus Cristo trabalhou com seu pequeno grupo de discípulos
formando neles o caráter cristão disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13.35). Depois de mostrado na pratica como viver,
Jesus Cristo ordenou como fazer. Enquanto viverem faça discípulos, ensine
através da prática, ame. Para ter uma vida cristã é necessário obedecer a
Cristo. É impossível ter uma vida cristã sem leitura da palavra, sem oração,
sem comunhão.
Certo dia
conversando com um jovem de dezesseis anos viciado no álcool e outras drogas,
disse para ele que ele precisava mudar aquela situação de dependência e
escravidão na vida dele. Falei do evangelho para toda a família, ele me disse
que tem desejo de sair e de mudar de vida, se o pai dele também mudar, ele
disse, “estou seguindo o exemplo do meu pai”. Seu pai é dependente químico há
dezessete anos, quase todo dia retorna bêbado e drogado para casa. Ser Cristão é ser igual a Cristo, ser cristão
é imitar o pai em tudo. Têm muitos “cristãos” que não fazem discípulos, não
oram, não lêem a bíblia, não perdoa, não ama, não evangelizam, não querem ter
comunhão com outros irmãos. Para termos uma vida cristã precisamos imitar a
vida de Jesus Cristo.
Anderson Resende Barbosa
Bacharel em
Teologia FATEBE/STBE - Altamira, PA.
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