domingo, 20 de abril de 2014

QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO

O título desta crônica é baseado no best-seller “Quem mexeu no meu queijo?”. É um livro motivacional cujo autor é um médico norte-americano, Spencer Johnson. “Quem mexeu...” conta uma parábola sobre quatro personagens: dois ratinhos, Sniff e Scurry, e dois "homenzinhos", Hem e Haw. E mananciais de queijos. O livro é uma alegoria que retrata os objetivos que cada um de nós temos e as mudanças a que estamos sujeitos durante a busca destes objetivos. “Quem mexeu...” nos ensina as vantagens de se adaptar às mudanças que ocorrem no trabalho e na vida. Da atitude que cada personagem toma diante das adversidades da vida.

Na parábola os quatro personagens estão em busca de um mesmo objetivo: um posto repleto de queijo. Para os homenzinhos, Hem e Haw, o queijo é uma metáfora que representa o que eles procuram na vida, seja algo material, um relacionamento, um cargo em uma empresa, etc. No entanto, os personagens esquecem de que, à medida que fazem uso do queijo, este vai acabando, ou melhor, desgastando. Ao perceberem que o queijo terminou, cada um toma uma atitude diferente - da mesma maneira que cada um de nós, que também assumimos posturas diferentes diante de uma dificuldade, uma mudança. O livro passa, então, a mostrar como cada personagem lida com a mudança e como eles reagem a ela. 

Mas qual brasileiro que não está preparado para mudanças? Antes mesmo de se ser alfabetizado, aqui se aprende a lição da adaptabilidade. Do contrário não se chega à idade adulta. 

A questão é quem é o autor da nossa mudança. Deus? O acaso? Tenho um amigo que recorre a uma simples oração toda vez que pressente sinais de instabilidade. “Meu Deus, prepara-me para as tuas mudanças. Amém”. 

Se para você as modificações são obra do acaso, não há muito que fazer. As coisas se complicam e são difíceis de organizar. 

Se você acha que Deus é o autor das mudanças, aprenda a descansar. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e ele tudo fará” (Salmo 37:14). “Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança”, ensina Jeremias 29:11 

Lição nº 1: de Deus sobre mudanças: Deus é muito organizado. Aprenda a reparar os sinais da mudança. Ele sempre dá pistas que está mexendo no seu queijo. Quando criou a vida na terra, Deus começou com a luz. Ele fez o dia e a noite, porque queria dar um marco para o término do trabalho. E para apreciá-lo. No dia seguinte, Deus recomeçava. A criação não foi um ato instantâneo. Como a mudança não é instantânea, embora pareça ser. 

Lição nº 2: aceite a sua confusão diante da sucessão de novidades. Tudo vai parecer um grande e embaralhado quebra-cabeças. No tempo certo, o desenho vai ganhar forma e contorno. O design se apresentará de tal forma que será como se você ouvisse d’Ele a mesma apreciação que encontramos em Gênesis 1:10b: “E Deus viu que o que havia feito era bom”.

Lição nº 3: a mudança também ensina que nada é eterno. E que o nosso esforço em construir uma rotina é justo e saudável, mas inútil. A qualquer momento, a (às vezes inaudível) voz de Deus pode ordenar uma reviravolta.

A parábola mostra, então, que a vida não é necessariamente um caminho livre de obstáculos mas, sim, uma caminho repleto de sobressaltos e adversidades. A diferença é a maneira com que cada ser humano lida com tais adversidades.

Na verdade, ninguém está preparado para isso. Mas não custa ir examinando o assunto, não é? 

Sirlene da Costa Siqueira
Professora da EBD. Diaconisa. Pedagoga, Psicóloga. 
Pós-graduação em Psicologia Clínica e Terapia Cognitivo-Comportamental.

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