Infelizmente muitas
pessoas acham que a disciplina é castigo, mas de fato a palavra tem uma
definição bem mais ampla. Para mim, a disciplina é a preocupação do adulto para
com a criança. E o limite determinado para que a criança saiba a diferença
entre comportamento aceitável ou inaceitável. Para poder estabelecer estes
limites, é necessário que a criança confie na pessoa que faz com que ela
respeite os limites. A criança precisa sentir que a pessoa que determina os
limites está preocupada com ela.
A disciplina é a
preocupação do adulto para com a criança.
O disciplinador é aquele
que ensina. Para alguém crescer e ser uma pessoa bem ajustada, a disciplina é
necessária. Para a criança viver alegremente en¬quanto cresce e aprende o jeito
da sociedade; para ser aceita (por ela mesma e outros também) ela há de ser
disciplinada. Não quer dizer ser punida, mas, sim, ensinada; ela tem que ser
guiada. Em vez de dizer que disciplina é castigo, diga que é orientação.
Vamos destacar alguns
prin¬cípios de disciplina na sala de aula:
1. Lembre-se de que cada
criança foi criada à imagem de Deus e merece respeito e amor. Trate cada
criança como você gostaria de ser tratado.
2. Seja
positivo em atitudes e nas palavras. Comunique esperanças positivas. Ofereça
comportamento alternativo em vez de dizer não.
3. Providencie
um ambiente que atenda às necessidades físicas e emocionais da criança.
4. Planeje
e se prepare pensando nos interesses e nas habilidades das crianças. Organize as
coisas para ter um ambiente de aprendizagem. Planeje uma variedade de
atividades que levem em conta as diferenças individuais dos alunos.
5. Esteja
pronto para mudar seus planos ou atividades quando sentir que as crianças estão
inquietas. Aulas monótonas criam problemas.
6. Estabeleça
os limites de comportamento dentro dos quais todos possam trabalhar. Fale
claramente sobre esses limites.
7. Comunique
que a criança é responsável por seu comportamento e que cobraremos sua obediência
(observação dos limites de comportamento). Nosso alvo é que a criança aprenda a
dizer:
a. Sou
responsável - tenho uma tarefa e posso fazê-la.
b. Eu
posso escolher minha ações - ninguém mais é responsável pelas coisas que eu
resolvo fazer.
c. Não
posso fazer como eu quero porque há limites
e regras. Sou responsável por minhas ações perante Deus e os adultos.
8. Escute
quando a criança fala. Ouça mais do que as palavras e tente entender o que está
"atrás" das palavras. Faça o possível para conhecer a criança, seu
lar e suas necessidades.
9. Conheça e viva a
verdade de 1 Coríntios 13, expressando amor de uma maneira bem concreta.
Amoré:
□ Chegar cedo, trazendo bons planos para a aula.
□ Ser amigo e ajudar a criança a se sentir bem
consigo mesma.
□ Preocupar-se com a criança, nas coisas tristes
e alegres.
□ Deixar a criança pensar e expressar seus
pensamentos.
□ Dar controle e orientação; estabelecer
limites.
□ Orar pelos alunos.
Infelizmente, nem todas
as crianças vão responder aos métodos já citados. Não é possível evitar todos
os problemas na sala de aula. A realidade é que as crianças vão optar por fazer
coisas erradas. Neste caso, o professor vai precisar corrigir. A correção se
preocupa com o futuro, tentando dirigir a criança a fazer o certo futuramente.
É diferente do castigo que visa a punir o erro. Tentamos seguir o modelo de
Deus. Note: "Porque o Senhor corrige a quem ele ama e castiga quem aceita
como filho... os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois
achavam que isso era certo, mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para
que participemos da sua santidade" (Hebreus 12.6,10).
Em vez de dizer que disciplina é castigo, diga que é orientação
Entre as atitudes a
seguir, indique as que você acha que podem ser usadas com as crianças na
igreja:
1.
Estabelecer regras de conduta para sua sala e depois esclarecer as regras e os
limites para as crianças.
2.
Dar uma orientação adequada quanto ao uso da sala e do material.
3.
Ser firme, cumprindo sua palavra.
4.
Desenvolver uma rotina e estrutura, evitando rotativida¬de da liderança.
5.
Manter contato com os olhos e aproveitar o uso de comunicação silenciosa.
6.
Entrar em contato com os pais para saber dos proble¬mas em casa que podem estar
provocando os proble¬mas na sala de aula.
7.
Orar com a criança sobre o problema.
8.
Tocar, com carinho, a criança para dar atenção positiva. Muitos problemas de
comportamento são um grito de desespero da parte da criança. Ela simplesmente
quer a atenção do adulto.
9.
Conversar pessoalmente com a criança, evitando humilhá-la em frente dos outros.
10.
Deixar bem claro o que a criança está fazendo de errado.
11.
Retirar a criança do ambiente quando necessário, mas sempre acompanhada por um
adulto.
12.
Manter a calma e usar uma voz moderada para chamar a atenção da criança.
13.
Separar as crianças que gostam de fazer bagunça em conjunto.
14.
Falar o nome da criança para que saiba que você sabe quem está criando o
problema.
15.
Chegar perto da criança que está agindo erradamente porque a presença de um
adulto inibe atos errados.
16.
Sempre deve evitar bater, gritar, usar ameaças e ser áspero.
Peggy Smith
Fonseca
Mestre em Educação Religiosa, formada pelo Seminário Teológico de Louisville,
EUA.
(Revista Educador – Ano VI – Nº 19 - 1T98)
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