quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

JOGO FRANCO NA EDUCAÇÃO CRISTÃ


Enquanto ouvia as explicações do Projeto Evangelístico Joga Limpo Brasil para a Copa 2014 na cidade de Manaus e o missionário mostrava as diretrizes que as igrejas devem realizar antes, durante e depois deste evento para que sejam disseminados no Brasil os princípios bíblicos que farão frente aos problemas sociais de nosso país, os quais estão relacionados com a cidadania, família, infância, ecologia e direitos humanos, contribuindo assim para uma sociedade mais justa, pacifica e harmônica. Meu cérebro fazia conexões.

Conexão deste Projeto Joga Limpo Brasil com alguns projetos de nossas igrejas como: Ação social, missões, evangelismo, integração, recepção e outros que necessitam desta visão. Conexão com nossa vida, enquanto pais, professores, diáconos, pastores, crentes e responsáveis que somos por esta sociedade, também precisamos desta visão. Conexão com o Projeto que teve origem com os ensinos de Deus ao seu povo, para que tivessem êxito pleno em sua vida: A Educação Cristã.

Jogando francamente, reconheço e congratulo-me com o crescimento da nossa Educação Cristã rumo à promoção do homem. Reconheço o avanço dos nossos educadores cristãos no ramo da capacitação, da pesquisa, do conhecimento, da comunicação, do uso dos recursos tecnológicos que temos hoje, visando uma intervenção transformadora e integral do homem. Porém, quero destacar: A dinâmica da Educação Cristã está em nossa vida.

Com esta matéria: “Jogo Franco na Educação Cristã” desejo refletir sobre o que achamos que é importante e aquilo que realmente é importante na Educação Cristã. Ela nasceu no coração de Deus para o mundo perdido.  Uma educação planejada, sistemática, contínua, arrojada e gigantesca.  É um plano educacional divino para transformação da humanidade, começando por aquele que ensina. A Educação Cristã inovadora e renovadora enfatiza a reflexão e a verdade (joga limpo), pois, está inserida em uma sociedade que exige resposta as suas mazelas socais e nos impõe a obrigação de respondermos estas questões a luz da bíblia.

A pedagogia de Deus é extraordinária, impossível descrever, infalível e libertadora. Todas as abordagens educacionais que se cerca a história procedem da Bíblia, dela derivam-se os parâmetros básicos da educação.

Contemplando o Antigo Testamento podemos dizer que Deus jogava limpo e de forma franca com o povo. Ele falava para seu povo como deveria proceder para serem bem sucedidos e um referencial para os outros povos. Porquanto te ordeno hoje que ames ao SENHOR teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o SENHOR teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir.”(Deuteronômio 30:16) “E os filhos são de semblante duro, e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor DEUS” (Ezequiel 2:4). Os ensinamentos eram repassados para o povo, sacerdotes e profetas diretamente por Deus e as famílias repassavam as gerações de modo formal, informal, público ou pessoal. “Farei lembrado o teu nome de geração em geração; por isso os povos te louvarão eternamente.” (Salmo 45:17). Eles não deviam meramente escutar, mas guardar, viver e repassar as gerações.

Os princípios de Deus não mudaram. Cabe a igreja fazer uso da Educação Cristã para transmitir os ensinamentos da Palavra de Deus para que a sociedade seja bem sucedida. Fazer frente aos problemas sociais é responsabilidade da igreja. “E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos” (Tito 3:1)

A Educação Cristã no Novo Testamento não perde os princípios pedagógicos do Antigo Testamento. Deus continua falando através de João Batista, Jesus Cristo, seus discípulos e os escritos destes, é uma continuidade.  Jesus foi ao templo com sua família ouviu e interrogou os doutores sobre estes ensinamentos, (Lucas 2:46) também percebemos que  o ensino familiar continua sendo repassada no N.T (2 Tim.1:5) a fé não fingida do jovem Timóteo habitou primeiro em  Lóide sua avó e Eunice sua mãe.

Encontramos um ensino voltado para a proclamação (Atos 1:4), o povo é desafiado a uma transformação de vida por Jesus e seus discípulos. Seus ensinamentos marcavam e transformavam vidas. E desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e os ensinava nos sábados. E admiravam de seus ensinamentos, porque a sua palavra era com autoridade.” (Lucas 4:31-32) A transformação precisava continuar! A Educação Cristã é prática e multiplicadora, se não está acontecendo esta transmissão, algo está faltando na Educação Cristã. “O que vimos e ouvimos isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.”(1 João 1:3) E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” (2 Timóteo 2:2)

O foco da Educação Cristã foi e sempre será a formação integral do homem, esta proposta é a de Jesus, a transformação do seu aspecto físico, quanto ao cuidado consigo mesmo como templo do Espírito Santo que é; do seu emocional quanto ao seu equilíbrio dentro da sociedade; do seu intelectual e conhecimento que ele tem e como usá-lo; do seu social, como o homem deve se relacionar em cada situação dentro da sociedade e do espiritual, o seu relacionamento com Deus. Esta é a Educação Cristã ideal.

Foi seguindo este exemplo de proclamação, transformação e ensino que a Escola Dominical foi modelado em 1780 pelo jornalista Robert Raikes na Inglaterra,  proprietário do Gloucester Journal. Ele se importava com o rumo das crianças em sua sociedade, como a degradação moral estava as atingindo e que um dos fatores para aumentar esta situação era a  falta de educação secular e principalmente a cristã. Então, Raikes organizou uma escola que funcionaria aos domingos, e não cuidaria apenas da educação secular, mas daria também a educação cristã, tendo a Bíblia como livro-texto.  Nossa preocupação hoje continua a mesma?

Jogo Franco na Educação Cristã nos desafia a levarmos o ensino de forma que adentre aos corações, que aqueça a alma daqueles que nos ouvem, a falarmos daquilo que de fato é essencial para as nossas vidas e a constituirmos discípulos.  “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência” (2 Timóteo 3:10)

Tive professores que marcaram minha vida de forma positiva e negativa. Os que marcaram positivamente, seu procedimento falava mais alto do que as aulas. A vida deles era um ensino para mim. Sua paciência, atenção, cuidado, carinho, respeito, e simplesmente valorizar o que eu falava fazia o diferencial. Inspiravam-me a amar a educação, ensinavam com o coração, despertavam em mim o desejo de imitá-los, sentia que jogavam limpo comigo, que se preocupavam comigo, antes, durante e depois que eu saísse do âmbito escolar.

Comecei ensinando aos 12 anos em uma classe de Boas Novas, depois ensinei diversas faixas etárias na igreja: Crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens e adultos. Fui ao Seminário fiz Educação Religiosa, depois Teologia, casei-me com pastor, tenho ministrado aulas em escolas publicas e particulares, especialmente Batistas, por 20 anos tenho trabalhado com a Educação Cristã do Ensino Fundamental ao Médio, inúmeras vezes ensinei em Faculdades Teológicas para formandos em Teologia e Educação Religioso. Mas  uma única coisa eu e meus alunos queríamos sem exceção: Que vivêssemos o que fora ensinado. 

Desejo veementemente que nós fazedores da Educação Cristã, na igreja (Escola Dominical ou outros momentos) ou na escola (pública ou privada) façamos uso dos parâmetros deixados por Deus em sua Palavra. Estejamos jogando limpo assim como Ele fez com o seu povo: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santo sereis, porque eu, o Senhor vosso, sou santo.” (Levítico 19:2) Os discípulos também ensinaram o que aprenderam com o MESTRE (1Pedro 1:15) “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;

É essencial que tenhamos habilidade para o ensino, que sejamos comprometidos com nosso serviço, que façamos o planejamento das nossas aulas, que tenhamos esmero no ensino, que emane de nós toda a criatividade, que façamos uso de todos os recursos para a ministração de nossas aulas, sim, tudo isso se faz necessário realmente. Mas que, sobretudo impactemos nossos alunos e a sociedade com nossa vida consagrada ao Senhor. Eles dependem de nós!

Deus colocou em nossas mãos a Educação Cristã como um tesouro para darmos continuidade ao seu projeto pedagógico de salvação e transformação do homem. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” (2 Coríntios 4:7)  Jamais podemos achar que já realizamos tudo e que estamos plenamente preparados. Deus nos dá capacidade e oportunidade para fazermos com excelência e zelo a Educação Cristã para impactar vidas diante do Senhor diante dos homens. Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.” (2 Coríntios 8:20, 21)  

Orelina Pinheiro de Barros
Segunda Igreja Batista de Manaus, AM
Educadora Religiosa, Bacharel em Teologia, Pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Coordena o Ministério de Missões da SIB Manaus, Palestrante em Igrejas e Seminários sobre Missões Transculturais.

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