A OMEBE - Ordem dos Ministros Evangélicos no Brasil e no Exterior, possui 17 Departamentos, dentre eles está o DER - Departamento de Educação Religiosa. O objetivo é atender aos aspectos de formulação e divulgação de literatura, organização de cursos e seminários relacionados com a Educação Religiosa.
terça-feira, 25 de junho de 2013
quinta-feira, 30 de maio de 2013
A FUNÇÃO DO EDUCADOR CRISTÃO
Nas paraolimpíadas de Sidney, em
2000, Ádria Santos, atleta brasileira natural de Nanuque, MG, e que vive em
Floripa, fez 100 metros rasos em 13s34, estabelecendo um Record olímpico. Ela
hoje está com 37 anos de idade, começou a correr aos 14 e já recebeu 12
medalhas olímpicas, sendo 6 de ouro, 5 de prata e 1 de bronze, esta em Pequin,
em 2008, além de outros 204 troféus em competições nacionais e mundiais. É a
maior medalhista olímpica brasileira de todos os tempos. Ádria (Adriana) Rocha
Santos é cega na classificação T11, cegueira total. Para competir, ela tem que
correr com um guia ao seu lado para direcioná-la tocando no braço dela com o
dorso da mão, indicando a direção dentro da raia. Ele pode encorajá-la, mas não
pode lhe dar qualquer impulso ou ajuda. Quando vi o vídeo da corrida de Adriana
em Beijin, fiquei emocionado pela sua vitória e pela lealdade do seu guia. Ao
final da corrida, o guia não recebe qualquer medalha ou coroa de louros como a atleta
recebeu em Atenas. Sua glória é conduzir a corredora até o pódio, ouvir o hino
nacional do seu país e emocionar-se ao ver a medalha de ouro olímpico brilhar
no peito da atleta. Ao assistir a corrida de Ádria em Pequin, comecei a pensar
na função do Paráclito em nossa carreira cristã.
Em
primeiro lugar, não temos como vencer nossa corrida cristã sem
seguirmos a direção indicada pelo Espírito. Sempre que deixamos de seguir a
orientação do Espírito, somos desclassificados por sairmos da raia, caimos
vergonhosamente, batemos com a cara na parede, machucamos-nos e jamais
alcançamos a linha de chegada. O pior é que muitos tombam, são envergonhados,
machucam-se, mas não aprendem a lição. Continuam tentando correr
espiritualmente às cegas, sozinhos, caindo de novo e de novo sendo
desclasssificados por pisarem fora das linhas éticas estabelecidas pela Palavra
de Deus. É tão absurda a pretensão de dispensarmos o único Guia que nos pode
levar à vitória, como absurda seria a presunção da atleta cega de dispensar o
seu guia.
Em
segundo lugar, o treinamento com o guia é indispensável para que a
atleta possa criar sensibilidade ao seu toque. Nós podemos treinar nossa
sensibilidade ao toque direcional do Espírito a ponto de sermos conduzidos por
ele o tempo todo, em todos os lugares e situações. Não há um passo que possamos
dar em nossa vida familiar, profissional ou religiosa, no qual possamos
dispensar a direção do nosso Paráclito. Por terem a presunção de correrem a
carreira cristã sem a ajuda do Espírito Santo, muitos crentes e muitos pastores
têm sido desclassificados na corrida. A carreira cristã é essencialmente
espiritual e por isso não podemos dispensar o Paráclito como nosso Guia e
correr confiados na carne, em nós mesmos.
Em
terceiro lugar, Paulo diz que o atleta não pode ser coroado se não
lutar legitimamente, dentro das regras (2Tm 2.5). O atleta, tanto quanto seu
guia, precisa conhecer os regulamentos. Ádria ficou cega bem jovem devido a uma
enfermidade (retinise pigmentar), desde então começou a se interessar pelo
esporte e estudou minuciosamente todas as regras que uma corredora precisa
conhecer. Seus guias não podem ser apenas bons e esforçados corredores, mas
precisam correr dentro das regras. Nosso manual de conduta é a Palavra de Deus.
Quanto mais conhecermos da Bíblia, tanto mais aptos estaremos para ser
conduzidos pelo Espírito em nossa carreira cristã. Por óbvio, o Espírito Santo
conhece tudo sobre a Palavra e pode nos conduzir vitoriosamente. Muitos
cristãos foram derrotados por desconhecerem as regras do viver cristão contidas
na Palavra de Deus e por isso sairam da raia ética da Bíblia.
O Paráclito nos ajuda em nossa
fraqueza e intercede por nós, encoraja-nos e nos dirige, mas ele não quer para
si a medalha. Ele quer vê-la brilhando em nosso peito. Essa é sua função e sua
glória. Podemos seguir seus toques em nossa consciência.
Este artigo se aplica em dois
sentidos ao educador: Primeiro, o próprio educador precisa ser conduzido pelo
Espírito Santo para alcançar os propósitos que o Paráclito colocou em seu
coração em relação aos seus educandos. Educação cristã não é apenas a
transmissão de conhecimentos religiosos, mas formar o caráter de Cristo em cada
educando até o ponto de cada um deles poder dizer: “Não mais eu vivo, mas Cristo
vive em mim” (Gl 2.20). Segundo: cada educando deve ser treinado para correr
dentro da baia da ética de Jesus, para o que também precisam ser guiados pelo
Paráclito.
João
Falcão Sobrinho
Membro da Igreja Batista Barão da Taquara – RJ.
Pastoreou diversas igrejas em São Paulo e no Rio de Janeiro e
no Estado do Rio de Janeiro. Lecionou no Seminário Teológico Batista do Sul do
Brasil: Evangelismo, Administração Eclesiástica, Eclesiologia, Orientação
Pastoral da Família e Orientação Pastoral de Grupos Específicos. Nos Seminários
de Campo Grande e São João do Meriti, ensinou Ministério Pastoral. Organizou e
presidiu a UBLA - União Batista Latino-americana, hoje Departamento da
Aliança Batista Mundial.
(Revista Educador da CBB – 1T13)
DESAFIADOS A SER PADRÃO NA VALORIZAÇÃO DA NOVA GERAÇÃO
Eu creio que a educação amorosa é um grande
meio de valorizar e cuidar dos nossos filhos e das demais crianças sob nossa influência.
O empresário Antônio Ermínio de Moraes
disse (em entrevista na TV) que “Democracia
sem Educação torna-se em grande Comédia.”
Na sua participação, a pedagoga e escritora
Ivone
Boechat de Oliveira, disse: “Que
força mágica poderá transformar o Brasil senão a educação?”
O primeiro grande passo para a marcha nesse
terceiro milênio que despontou sem dúvida, é “definir o caminho da educação”.
Que cidadão vai formar a família e a escola
para a pós-modernidade?
-Que sociedade será considerada pós-moderna?
-Que profissionais estarão aptos a planejar
as mudanças necessárias, dando destaque para o alcance de objetivos centrados
na valorização e felicidade do
homem?
Não basta direcionar a educação para a
qualificação dos trabalhadores, a
globalização tem produzido desigualdades crescentes na sociedade. E é aí
que a educação vai desempenhar um papel mais importante. Durante os debates do
encontro que se realizou, em
São Paulo , sob tema “0
Impacto da Globalização na Educação das Crianças”, várias expressões foram
usadas para indicar “definições para a
educação”:
-
Formar para a cidadania.
- Participar
ativamente da democracia.
- Usar
educação para fortalecer os valores humanos e não só os econômicos.
-Buscar desenvolvimento com rosto humano.
O
imediatismo
tem sido duramente criticado pelos educadores, e o caminho mais indicado é o da
transformação.
Eu ouvi em um dos Telejornais do Brasil que
já são mais de um bilhão e duzentos milhões de pessoas navegando na Internet. O Dr.
Luís Almeida Marins Filho afirmou (em entrevista na TV): “As grandes universidades americanas estão
implantando cursos avançados no mundo todo. É o tempo da universidade virtual. Agora, com o see you, see me, você verá o professor por teleconferência, em casa”.
Entretanto, o que se busca com a teleeducação
e teletrabalho é a produtividade, com qualidade total e não a valorização,
o cuidado e a felicidade do homem.
Eis algumas
reflexões que julgo importantes:
1. O QUE É EDUCAÇÃO?
É Instruir com e por amor!
Prov.
22.6
nos diz: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando
envelhecer não se desviará dele.”
A
Prof.a Ivone Boechat define: “Educar é preparar para viver, hoje, em plenitude. A grande
missão é formar cidadãos com consciência internacional, empreendedores, capazes
de gerenciar informações, prontos a fazer opções imediatas, mudar rapidamente o
rumo da vida, como um grande barco, quando enfrenta o temporal. Educar é formar
cidadãos críticos, capazes de rejeitar ou recriar os fenômenos que a sociedade
inventa ou que eles mesmos criam para a felicidade.”
“O
homem conquistou muito, através da pesquisa tecnológica. Da simples prótese
dentária ao transplante de neurônios. A ciência evolui e promete mais e mais
avanços extraordinários, causando perplexidade aos que não estão educados para
fazer a leitura da sociedade deste tempo (...) Como educar a criança para viver
em harmonia com a sua era, se formos educadores desatualizados?”
Arthur da Távola disse nessa
entrevista na TV (2001): “Se educo com os
valores de ontem, não educo, condiciono. Se educo com os valores de
hoje, não educo, faço experiência à custa dos meus alunos (e, ou filhos). Se
educo com os valores de amanhã, não educo; não sou profeta. Mas se uso os três:
sofro, mas educo”.
O certo é que precisamos equilibrar os três; educando-nos a cada
dia, sintonizando-nos com a realidade atual. Que sejamos sempre humildes,
sempre prontos a aprender e transmitir com amor aos outros. Entretanto, há uma competição desleal. Pesquisa
mostra que a criança, em média, tem 6 mil horas de televisão, quando começa a
frenquentar escola, e ali passa no
máximo 4 horas por dia... A mídia mal-usada deforma (Os próprios desenhos
muitas vezes são maus).
Quanto mais cedo os pais e os demais
educadores trabalharem para o desenvolvimento da crítica e auto crítica, mais
chance de adaptação terá a criança na educação sólida. É preciso ajudá-la a criar
valores de dentro para fora, pois é ruim e destrutivos
certos valores nos impostos de fora para dentro.
2..
QUANDO COMEÇAR A EDUCAR?
Desde a mais tenra idade
Segundo o Dr. Merval Rosa, desse
Provérbio (22.6), conclui-se, pois que o ensino
religioso deve começar desde a mais tenra idade e acompanhar o indivíduo
através dos anos, principalmente durante o período formativo, no processo de
evolução psicológica do ser humano.
Como em qualquer ramo do saber, o ensino
religioso também precisa ser ensinado e aprendido na prática; e
afeta toda a conduta humana. Mas
não existe algo de instintivo na religião? Não existe uma consciência moral no
homem que o leva inevitavelmente ao comportamento religioso? A resposta a essa
importante questão seria esta: Ninguém nasce religioso ou ateu. Ninguém
nasce moral ou imoral. O homem se torna religioso ou ateu, moral ou
imoral, dependendo do tipo de aprendizagem a que foi exposto e em virtude dos fatores
do meio que o produziram.
O ensino religioso
também precisa ser ensinado e aprendido na prática; e afeta toda a conduta humana.
O certo é que o ser humano vem ao mundo
dotado de potencialidades para responder a estímulos éticos religiosos para desenvolver uma consciência moral e
religiosa, mas o conteúdo específico dessa consciência é aprendido do seu mundo maior, do seu mundo significativo. Pôr exemplo, uma criança que está
crescendo num lar de formação evangélica, quando ouve falar em oração, tende,
naturalmente, a fechar os olhos, pois esta é uma prática generalizada entre os
cristãos evangélicos. Pôr outro lado, uma criança que está crescendo num lar de
orientação católica, ao ouvir falar em orar ou em rezar, naturalmente, tende a
pôr as mãos, pôr ser este o gesto tradicional entre cristãos católicos.
Pôr que um místico budista não tem uma
visão de Cristo, e pôr que um místico cristão não tem uma visão de Buda? A
resposta parece bastante óbvia: o conteúdo específico do comportamento
religioso não é geneticamente determinado, não é instintivo, como pensam
alguns, mas é socialmente assimilado do mundo maior do indivíduo, do seu mundo
significativo de relações.
Não seria isso que o sábio dos Provérbios
estava dizendo
quando nos admoesta a ensinar a criança o caminho em que deve andar, na certeza
de que, se esta aprendizagem for satisfatória, jamais se desviará dele?
3.
QUEM É O PRIMEIRO PRIVILEGIADO A EDUCAR?
Desde os primórdios é a família.
Dr.
Liborni Siqueira observa:
“Se compararmos a instituição “família”,
no tempo e no espaço, vamos compreender a grande influência modificadora dos
comportamentos sociais operados. A família em sua organização patriarcal,
exigia que todos se reunissem para formar um grupo de produção. Nessa etapa em
que tratava de produzir, quanto maior o número de braços melhor (família
extensa da casa-grande). A educação e a instrução eram ministradas dentro
de casa.
A
recreação (vida social) era a da casa-grande. Construía-se
o mais importante fator de consolidação dos princípios básicos da sociedade: “a
tradição familiar”.
Com a evolução
tecnológica eclodiu a grande "revolução industrial" dissociando a
família, pois seus membros necessitaram "competir" no grande mercado
aberto. A família deixou o aspecto produtivo para se transformar na fonte de
consumo. Agora, quanto menos bocas melhor (família conjugal, vivendo nos apartamentos).
Ocorreu assim a busca extensa da educação, da instrução,
do lazer, e as fábricas ditaram regras fundamentais do progresso. A família
esvaziou-se...”
Independente da competitividade
pós-moderna, de que nível pode chegar, precisamos ensinar o adequado
comportamento religioso a nossos filhos e alunos, e a principal agência da formação
moral e espiritual da criança é a família. O escritor sagrado expressou essa verdade num outro trecho de
fundamental importância para a vida do povo de Deus, assim: “Ouve, ó Israel; o
Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois , ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. E estas palavras que
hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas
falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao
levantar-te. Também as atarás pôr sinal na tua mão e te serão pôr frontais
entre os teus olhos, e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”
(Deut. 6:4-9).
Esse é o fundamento da instrução religiosa, bem como a clara
indicação de que o ensino religioso é responsabilidade específica da família. Por
que? É porque as influências mais
duradoras de nossa vida são aquelas que recebemos através de modelos
humanos significativos em nossa experiência pessoal. É através do pai e da mãe,
é através do irmão e da irmã, é, em suma, através da família que a graça de
Deus se comunica e se enraíza no coração das crianças.
4..
LOGO EM SEGUIDA VEM AS
ESCOLAS COMO AGÊNCIAS AUXILIADORAS NA OBRA DA EDUCAÇÃO.
Desde o princípio as crianças judias já frequentavam as sinagogas e o templo para
complementar os ensinos de casa.
Merval continua: Muitas vezes um pai
bem intencionado diz: “Vou mandar meu filho para um colégio Cristão, porque
desejo que ele seja instruído segundo os salutares princípios da religião
cristã.”
Não podemos negar o valor educativo da
escola e da igreja cristã na formação moral e espiritual da criança. Mas quais
são as bases lançada em casa, pelo ambiente do lar? É trágico quando a família transfere para
tais instituições a responsabilidade total da educação religiosa dos seus
filhos. Sem a parte da família pouco
podemos fazer, a não ser um grande milagre de Deus!
5. É
POSSÍVEL O APRENDIZADO PÔR OSMOSE?
Muitas
famílias,
levadas naturalmente por uma concepção defeituosa, esperam que seus filhos
aprendam o comportamento religioso pôr uma espécie de osmose, isto é,
simplesmente pôr estarem em contato com um meio em que se ensina o
comportamento ético-religioso. Não
basta usar a linguagem religiosa.
É
necessário, por parte de pais e educadores, um esforço consciente no sentido
de comunicar efetivamente a nossos filhos os valores morais e espirituais que
esperamos constituam as normas e diretrizes de suas vidas. Isso deve ocorrer não somente por meio de palavras, mas também e
sobretudo através da ação consciente, do exemplo pessoal.
6. O IDEAL SERIA QUE TANTO A MÃE QUANTO O PAI FIZESSEM
PARTE DESTA AÇÃO EDUCATIVA.
Mesmo que na família israelita o pai era o sacerdote, a família era o centro do culto. O
patrimônio cultural do povo de Deus era interpretado pelo pai e transmitido aos
filhos. O pai, portanto, era o elemento-chave
na formação religiosa dos filhos (...) O que os filhos vão pensar de Deus
depende em grande parte da imagem que eles formam do seu próprio pai.
Nas sociedades modernas, essa tarefa, quase
sempre, está afeita à figura materna. Hoje, na pós-modernidade, que ambos, pai e
mãe, sejam um modelo humano que possa servir de base à concepção que
seu filho formará de Deus. Se é verdade que numa sociedade complexa como a
nossa a instrução formal passou a ser responsabilidade da escola ou da igreja,
o fato é que a educação básica continua a ser responsabilidade precípua da
família, com muita ênfase na Escritura Sagrada. Deixá-lo com o Estado ou à
Igreja apenas, deste fato se refletem no enfraquecimento da formação moral e
espiritual da criança do mundo atual.
Um dos mais belos textos bíblicos, além dos
que já vimos, é o de II Timóteo 1.4,5; onde o apóstolo Paulo se
refere à influência da família na formação religiosa desse jovem : “...desejo
muito ver-te, para me encher de gozo; trazendo à memória a fé não fingida que
há em ti, a qual primeiro habitou em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e
estou certo que também habita em ti”. Estudando o VT com a criança chegaram em Jesus
Cristo e foram salvos e Timóteo teve um belo futuro
como líder religioso e um dos substitutos de Paulo numa vasta região carente de
educadores cristãos!
7..
DESAFIOS PARA CUIDARMOS DE UM NÚMERO CADA VEZ MAIOR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
NESSE MILÊNIO.
A população mundial, nessa segunda década
de 2000, passou pela primeira vez de sete bilhões; como o crescimento tem sido
muito rápido, a maioria dessa gente é composta de crianças e jovens. E milhões
desses pequeninos estão perto de nós no Brasil; sob nossa responsabilidade.
Liborne afirma: “Criação de um Ministério da Família e do
Menor considerando que a família é o cerne, a causa primeira, e o menor é o
efeito. Assistida e estruturada a família, diminuiremos sensivelmente o índice
dos estados carenciais”.
Vimos acompanhando as notícias de que as
crises internacionais se agravam. Os países se sufocam e a economia mundial é
obscura, sem definições nem paralelos. Com toda estabilidade que experimentamos
no Brasil nos últimos anos, já vemos nossos governantes vacilarem, diante do
que vai ocorrendo pelo mundo e afeta nossa nação.
Entretanto, dentre as prioridades das
famílias e nação, está o investimento em boa educação. Vejo que essa é uma
grande oportunidade para as igrejas se unirem para um grande movimento de
evangelização e educação cristã de qualidade.
8.
NOSSA ESPERANÇA ESTÁ NO “LIVRO QUE VEIO DO PRÓPRIO DEUS”!
Conhecendo melhor a origem e história da
Bíblia, mais a amaremos e desejaremos gastar mais tempo lendo-a, estudando e
meditando nela, para a nossa edificação, para nosso ensino sólido, para o
fortalecimento da Igreja nos propósitos de Deus e para que como
membros-educadores- comprometidos vivamos eficazmente para a glória de Deus.
a. O
que é a Bíblia em sua Origem?
Segundo Daniel Mitchell, podemos dizer que a Alma e o Coração da Igreja
Cristã tem sido comprometidos ao fato de que a Bíblia é um livro que veio do
próprio Deus. Como? A Bíblia nos diz que Deus revelou a si mesmo. Vemos isso
desde os primeiros capítulos de Génesis, onde foi Deus que veio até Adão e o
buscou depois do seu pecado. Deus se revelou a Caim, a Abel, até a Enoque. Ele
se revelou a Abraão, a Isaque e Jacó. Depois se revelou a Israel através de
Moisés. E finalmente se revelou através dos Escritos de poesias e profecias e,
ultimamente, no Novo Testamento, se revelou através da pessoa de Jesus Cristo
(Hb 1:1 -3).
A alma e o coração
da Igreja Cristã tem sido comprometidos ao fato de que a Bíblia é um livro que veio do próprio Deus
Então, há como que um tema único através de
toda a Bíblia (mantendo sua unidade) um Deus de amor, que é pessoal e se faz
conhecido a sua criatura. Então é isso que quer dizer "revelação". É
a maneira que Deus se manifestou aos homens; se fez conhecido.
Bíblia, vem da palavra Biblios, que
significa uma coleção de livros inspirados por Deus aos homens, a quem muito
ama e quer salvar.
b.
Que tipo de livro é a Bíblia?
É um livro inspirado por Deus. Mas o que é
"Inspiração"? É aquela doutrina que nos ensina que mais de 40 homens
falaram e escreveram registrando a revelação de Deus durante um período de 1500
anos; e que há coerência sobre o assunto central da Bíblia que é o Senhor Jesus
Cristo. O apóstolo Paulo escreveu que "Toda
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra." (II Tm
3:16,17).
"Divinamente Inspirada" significa
que ela vem de Deus mesmo e almeja trazer fé para a salvação, para a doutrina,
instruir na verdade, e para a educação, a justiça; porque a Bíblia repreende,
corrige e educa. O próprio conceito de educação aponta para o fato mais
singular da Bíblia: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da
Escritura é (provém) de particular interpretação (elucidação). Porque a
profecia nunca foi produzida (não foi dada) por vontade dos homens, mas os
homens (santos) da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo."
(1Pe 1:20,21). (Obs.: Os textos em parênteses são nossos).
O próprio Senhor Jesus Cristo citou muitas
porções do Antigo Testamento. Ele prometeu que enviaria o Espírito Santo que
levaria os discípulos em toda verdade; e com isso Ele queria dizer que o
Espírito Santo auxiliaria os discípulos a lembrarem o que Jesus fez e ensinou
para que inspirado por Ele pudessem pregar e posteriormente escrever o Novo
Testamento.
Em todas a gerações, o Espírito tem
"iluminado" as pessoas para que pela Bíblia entendam que há um Deus
no céu que tem buscado os homens pecadores; tem se revelado a eles, os tem
conscientizado de suas necessidades; que tem revelado a salvação em Jesus
Cristo e promete a vida eterna àqueles que crêem nele. Portanto, não há no
mundo uma mensagem mais importante e atual do que esta.
Então, temos visto que a Bíblia é a palavra
de Deus ao homem. É o único livro divinamente inspirado da revelação redentora
que Deus fez de si mesmo e de sua vontade para o bem dos homens. Foi escrita
por homens inspirados por Deus. (Veja também: II Sm 23:2; Is 59:21; Jr 1:9).
c.
Ler e Estudar a Bíblia estão relacionados com Oração?
Sim. Porque constituem a forma mais
rigorosa para o crescimento espiritual. Sumariando de Elpidio A. Neris Jr., em regra, na oração você fala com Deus, na
Bíblia Deus fala com você. Continua ele: Para poder entender melhor a Bíblia,
ore. Toda vez que você for lê-la, ore pedindo sabedoria a Deus para lhe ajudar na
interpretação do texto que estiver lendo. Devemos nos comprometer em ler a
Bíblia diariamente. Pois a leitura junto com a oração, tornam-se base para
mantermos a nossa comunhão com Deus (Jo 17:17; S1119:11).
Não devemos nos prender em versículos
isolados. Temos que olhar o contexto de todo o capítulo. Por exemplo: O estudo
"Indutivo" nos mostra que devemos examinar o texto e compará-lo a
outros semelhantes e assim aplicar as lições preciosas para nossa vida.
d.
Usando o método indutivo nós temos três passos a seguir:
Primeiro:
Observar.
Devemos ao ler o texto respondendo perguntas como estas: Quem disse o que, a
quem, quando e onde? Temos que gastar tempo observando o texto lido. Não
devemos de imediato ir interpretando o texto porque fazendo isto podemos tirar
conclusões erradas, chamadas de heresias. É preciso observar com bastante
atenção. Satanás enganou Eva, torcendo a palavra de Deus, ou melhor,
contradizendo o que Deus disse (veja Gn 3:1-16). Ele também tentou a Jesus, só
que o Senhor estava preparado com a sua própria palavra, se firmou nela e
venceu. Assim também devemos fazer; firmar em toda verdade da Palavra de Deus
para vencermos. (Mt 4:1-11).
Segundo:
Interpretar.
Para se entender qualquer livro, é indispensável que saibamos o sentido das palavras.
É preciso consultar um dicionário, em se tratando da Bíblia um dicionário
bíblico. Na interpretação, temos que questionar o texto: O que diz o autor que
escreveu este livro? Quando lemos a Bíblia temos duas tendências na hora de
interpretá-la, são elas: uma é chamada de literal ou ao "pé da
letra", a outra é alegorizando, isto é, atribuindo um sentido figurado ao
texto. Essas tendências, quando adotadas radicalmente, dão um sentido muito
confuso ao leitor da Bíblia. E muitos têm seguido este caminho. A regra áurea
que devemos tomar é a seguinte: tudo o que se lê na Bíblia precisa ser
interpretado à luz da vida e dos ensinos de Jesus. Jesus é o padrão de
interpretação (Jo 8:12,32).
Terceiro:
Aplicar.
Somente após você ter observado o texto (quem fala.a quem fala, quando fala),
sabendo dizer com suas próprias palavras o que diz no texto é que você pode
aplicá-la na sua vida.
Na aplicação existem cinco níveis que são:
Todos devem fazer?
Os crentes devem fazer?
Eu devo fazer?
Eu o farei?
Eu já estou fazendo?
Na aplicação você pode agradecer a Deus
pelo que aprendeu e tomar atitudes em função do que acabou de ler e estudar.
Caro irmão e irmã, se seguirmos estes
passos, veremos o quanto podemos desfrutar de uma vida melhor de comunhão com
Deus, de crescimento espiritual e de progresso na arte de educar. Que Deus nos
abençoe nessa busca prática de maturidade
para sua honra e glória.
RESPONDA: O que significa dizer que a
Bíblia é um livro inspirado por Deus? Qual importância da Bíblia para nossas
crianças, adolescentes e para toda a humanidade?
Não há cuidado
melhor do que educar para uma vida centrada em Deus e na sua palavra!
CONCLUSÃO
Tudo isso redundará em levar nossos
queridos a "Estar em Cristo" e ser membro do seu Corpo (Igreja),
promotora de uma eficaz educação religiosa.
Segundo Henry e Claude King, o
relacionamento de amor, a comunhão que você tem com Deus, é o aspecto mais
importante de se conhecer a Sua vontade e de ser capacitado a realizá-la no
amor uns aos outros.
"Retenhamos inabalável a confissão da
nossa esperança. Porque fiel é aquele que fez a promessa; e consideremo-nos uns
aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a
nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos
outros; e tanto mais, quando vedes que se vai aproximando aquele dia." (Hb
10:24,25).
Deus
põe o Espírito Santo em nossa vida, a fim de nos capacitar para vivermos um
relacionamento correto com Ele que excede ao próximo.
Nenhum método humano, nenhuma lista de passos
a serem dados pode manter o valor, o ensino, o cuidado para com os outros e
nossa comunhão com Deus. A Comunhão com Deus é uma experiência de sua presença
conosco. Embora, na verdade, Deus tome a iniciativa, somos nós que temos de
oferecer uma resposta a ele, a fim de experimentar de modo completo a Sua
presença. A continuação da comunhão com Deus não acontece por acidente. Temos
que amar a Deus com a totalidade de nosso ser. "Este é o primeiro e grande
mandamento" (Mt22:37,38). Se você ama a Deus, você vai obedecer a ele e
adorá-lo. (Jo14:21 ;5:3). Se sua comunhão com Deus for correta - se você amá-lo
com seu ser total - você será capaz até de amar seus inimigos. (Mt 5: 43-48).
Quando o amor de Deus inunda o coração do
Educador, o restante será consequência. O seu valioso trabalho resultará em
muitos frutos para a Eternidade. Continue animadamente fazendo essa maravilhosa
tarefa para a qual você foi vocacionado. “Deus não chama capacitados, mas
capacita os chamados”.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BLACKABY, T. Henry e
KING, Claude V, Conhecendo Deus e Fazendo Sua Vontade, , 3ª edição, Life Way Brasil, S.P. 2002.
JÚNIOR, Elpídio
A. Neris, Curso Bíblico para a
Maturidade Cristã (Como Ser Mordomo e Como Orar). Apoio CEVAN,
Recife, PE.
ROSA, Merval. Problemas da Família Moderna, Perspectiva Cristã, Juerp, RJ, 1979.
MlTCHELL , Daniel, Bibliologia,
ABECAR (Associação Brasileira de Educação, Cultura, Arte e Religião), S.P.
(Matéria do Mestrado em Teologia, área: Estudos BÍblicos), 1992.
SIQUEIRA, Liborni, O Menor na População
Brasileira, Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil - Depart. de
Informação e Educação, RJ.
Nildo
Cândido Rosa
Pastor de Igreja Batista Nova Galiléia – Montes Clatros, MG.
Bacharel em Teologia pelo STBSB/RJ e pós graduado em:
Missiologia, Antropologia Cultural, Gestão educacional, Psicanálise e Mestrando
em Bibliologia. Professor de Teologia e Presidente da ASSIBAN (Associação das
Igrejas Batistas do Norte de Minas).
(Revista Educador da CBB – 1T13)
COMO PÔDE ENTRAR O PECADO NO MUNDO SE DEUS CRIOU TUDO PERFEITO E SEM PECADO?
Como pastor e como
professor tanto de teologia quanto de física, de vez em quando sou abordado por
alunos e jovens de igrejas com perguntas realmente complicadas, embaraçosas e
desconcertantes a respeito de ciências e de certos textos bíblicos realmente
complicados. Perguntas do tipo: “em que
momento da criação se deu a queda de Satanás?”,
ou “se Bíblia diz que “viu Deus
tudo quanto fizera, e eis que era muito bom (Gênesis
1:31), como foi possível então que entrasse o pecado no céu? Se era tudo perfeito, como pôde o querubim
ungido para proteger, ter se rebelado e pecado?”.
1. Entendendo o Plano de Deus
O autor de Hebreus, falando sobre a fé
de Abraão, diz que ele “aguardava a cidade que tem fundamentos, da
qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11:10). De fato, Deus é apresentado nas escrituras sagradas
como “sumo-arquiteto”, aquele que arquitetou um plano maravilhoso antes da criação
do mundo. Note que “coincidência”
interessante: Jesus Cristo era filho de
José, o carpinteiro, e ele próprio exercia a profissão do pai adotivo: “Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos,
Tiago, José, Simão e Judas?” (Mateus 13:55); “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e
Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Marcos
6:3).
A palavra grega traduzida para o
português como “carpinteiro” é “tékton”, que pode significar também, construtor. Na língua portuguesa há a palavra
“arquiteto”, que é aquele que desenha o projeto, o que planeja como ficará a
obra depois de pronta. O arquiteto
dimensiona, esquematiza e planeja a obra antes de sua construção. A palavra arquiteto, em nossa língua, é
justamente a junção das palavras gregas “arké”
+ “tékton”. A primeira palavra, “arké”, originou, na língua portuguesa, o prefixo “arc”, que deu
origem a palavras do tipo “arqui-inimigo”,
ou seja, maior inimigo.
Portanto, se Jesus é o “tékton”, o construtor que veio “colocar a mão na massa”, fazer o trabalho pesado, como um pedreiro em
uma obra, o Pai é o “arquiteto”, o
construtor maior, o que planejou a obra que o Filho iria executar. Não é sem propósito que o apóstolo Paulo diz
que nós somos o “edifício de Deus” (I
Coríntios 3:9).
O apóstolo Paulo fala de um plano
arquitetado por Deus, elaborado antes mesmo da fundação do mundo. Deus,
em sua imensa sabedoria, fez um plano extraordinário que transcende em muito
nossa compreensão:
“Agradeçamos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus
Cristo, pois ele nos tem abençoado por estarmos unidos com Cristo, dando-nos
todos os dons espirituais do mundo celestial.
Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele
por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos
apresentarmos diante dele sem culpa.
Por causa do seu
amor por nós, Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de
Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade. Portanto, louvemos a Deus pela sua gloriosa
graça, que ele nos deu gratuitamente por meio do seu querido Filho. Pois, pela morte de Cristo na cruz, nós somos
libertados, isto é, os nossos pecados são perdoados. Como é maravilhosa a graça
de Deus, que ele nos deu com tanta fartura!
Deus, em toda a sua
sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido
realizar por meio de Cristo. Esse plano
é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no
céu e na terra. Todas as coisas são
feitas de acordo com o plano e com a decisão de Deus. De acordo com a sua
vontade e com aquilo que ele havia resolvido desde o princípio, Deus nos
escolheu para sermos o seu povo, por meio da nossa união com Cristo” (Efésios 1:3-9 –
NTLH).
Antes
da fundação do mundo, Deus planejou, como um sábio arquiteto, o que iria
fazer. Seu objetivo era o de criar seres
inteligentes, livres, santos como ele, e com quem pudesse se relacionar. Em Efésios 1:4-5, na NTLH, lemos:
“Antes
da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da
nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos
apresentarmos diante dele sem culpa.
Por causa do seu amor por nós, Deus já havia resolvido que nos tornaria
seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua
vontade”.
2. A Queda, um mal necessário
Ao
criar o homem e a mulher, Deus iniciou a execução desse seu plano. Adão e Eva foram criados à sua imagem e
semelhança (Gênesis 1:27), e eram perfeitos.
Perfeitos, mas passíveis de escolherem o mal. O homem, criado por Deus
seria, e é, a coroa de sua criação, mas o plano final de Deus não era
Adão. Deus planejou algo muito maior do
que Adão, seu plano era a criação de seres absolutamente santos, tal como Ele
próprio: “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis perante ele” (Efésios 1:4).
Em
I Coríntios 15: 45-49, lemos:
“Assim
está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o
último Adão, em espírito vivificante.
Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois, o espiritual. O
primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos;
e, qual o celestial, tais também os celestiais.
E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a
imagem do celestial”.
Está claro, pelo texto acima, que o
objetivo final de Deus, em seu plano detalhadamente elaborado antes da fundação do mundo, era o
de gerar criaturas que fossem perfeitamente santas e puras, à imagem de seu
Filho Jesus. No início seria necessário
adquirirmos a imagem do terreno (Adão), para que no futuro, adquiramos a imagem
do celestial, Jesus. O alvo final da
criação, no plano de Deus, não era o de gerar seres semelhantes a Adão, mas
sim, a Cristo:
“Porquanto
aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. (Rm 8:29)
Por
incrível que possa parecer, a queda foi necessária. De certa forma, fez parte do projeto de
Deus. Por quê? Porque o ser humano somente poderia ser
semelhante a Deus se tivesse liberdade, se fosse livre, inclusive, para
escolher desobedecer o Criador.
Conforme disse no início, muitos jovens me questionam: - Se a Bíblia diz
que “viu Deus tudo quanto fizera, e eis
que era muito bom”, como foi possível então que entrasse o pecado no
mundo? Se era tudo perfeito, como pôde,
o querubim ungido para proteger, ter se rebelado e pecado, e levado o casal
adâmico à queda também?
É justamente aí que
repousa a perfeição do plano de Deus na criação. Deus não criou seres sem personalidade e
robotizados, programados para não
pecar. Muito pelo contrário, tanto o
ser humano quanto os seres celestiais, foram criados com total liberdade e
autonomia de escolha. Deus criou Satanás
perfeito e sem pecado, assim como criou o homem e a mulher também perfeitos e
sem pecado, mas também os criou com potencial para pecar, ou seja, capazes de
tomar decisões, inclusive contrárias à sua vontade.
A capacidade de
tomar decisão e a liberdade para decidir são bênçãos do Criador às suas criaturas
e, penso eu, que quando viu Deus que essas duas coisas estavam implantadas e
funcionando perfeitamente nos anjos e nos homens, declarou que era tudo muito
bom, e descansou no sétimo dia. O alvo
de Deus ia muito além da criação de Adão e Eva, seu objetivo era criar seres
semelhantes a si em tudo, e a liberdade de escolha era algo indispensável e
inegociável em seu plano. Observe que
toda mensagem bíblica fala de liberdade.
Adão e Eva eram livres para escolher, e escolheram desobedecer a
Deus. O povo de Israel, sendo escravo no
Egito, foi liberto por Deus. Jesus veio
para nos dar liberdade: “Se, pois, o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36).
Deus sabia que o
homem iria cair, mas isso não mudou seu plano de criar alguém semelhante a
si. A queda faria parte do processo,
seria conseqüência inevitável da liberdade dada ao homem. Mas apesar da queda, havia, também, o plano
de resgate após a queda. Sem a
liberdade não haveria a queda, mas, também, sem a liberdade o homem jamais
conseguiria ser semelhante a Deus.
Roberto
Ramos da Silva
Pastor da Igreja Batista
Central do Kobrasol; São José, SC
Bacharel em Teologia
pelo STBSB. Licenciado em Física pela UFSC. Mestre em Física de Plasmas pelo
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) .Doutor em Física Atômica e Molecular pela UFSC.
Diretor e Professor de Teologia do Instituto Batista de Educação, em
Florianópolis,SC. Fundador e Presidente do Núcleo de Recuperação e Reabilitação
de Vidas (NURREVI), Comunidade Terapêutica para tratamento de dependentes
químicos do sexo feminino. Autor do livro “A Religião de Darwin”.
sábado, 27 de abril de 2013
EDUCAÇÃO RELIGIOSA
1. Algumas Definições:
"... a
Educação Religiosa é uma reverente busca dos processos divinamente ordenados,
pelos quais a pessoa se desenvolve à semelhança de Cristo - e o uso destes processos" (Harner).
"... a
Educação Religiosa é a transformação e o desenvolvimento da experiência do
aluno, de acordo com o sentimento vivo da realidade de Deus e de sua relação
com Ele" (Livro: Princípios e Métodos da Educação Religiosa – JUERP).
"... a Educação Religiosa é o processo
pelo qual a experiência, isto é, a própria vida da pessoa, se transforma,
desenvolve, enriquece e aperfeiçoa mediante sua relação com Deus, em Jesus Cristo "
(Gonzale Báez-Camargo).
“... a Educação
Religiosa é um processo dinâmico, para a transformação, libertação e integração
dos diversos segmentos evangélicos. Ela se dá na caminhada da fé e se
desenvolve no confronto da realidade histórica e atual com o reino de Deus,
num compromisso com a missão de Deus no
mundo, sob a ação do Espírito Santo, que
revela Jesus Cristo, segundo as Escrituras” (Anônimo).
2. Vejamos alguns aspectos do conceito acima citado:
a. A Educação
Religiosa é um processo dinâmico, para a transformação, libertação e integração
dos diversos segmentos evangélicos... A primeira idéia
implícita é que ela é dinâmica, viva, jamais estanque; que exige a participação
ativa e o envolvimento completo de todas as pessoas; que acontece em uma variedade
de situações concretas; que não se limita a espaços e programas determinados,
mas inclui também a família, a escola, o púlpito, as igrejas em geral, as
instituições e outros segmentos eclesiásticos ou não-eclesiásticos, que agem a
favor da dignidade humana.
O processo de que
estamos falando exige: comprometimento, envolvimento, avaliação permanente e aperfeiçoamento na
caminhada.
b. ...que se
desenvolve no confronto da realidade histórica e atual , com o reino de Deus...
Esta afirmação significa
que a Educação Religiosa não acontece no vazio. Ela deve atingir cada pessoa em
suas necessidades individuais e cristãs; ser força no meio da comunidade onde
congrega; ser propulsora da novidade de vida, para as pessoas, para os diversos
grupos evangélicos, para o povo de Deus.
Não é possível
desvincular a ação educativa dos acontecimentos ao nosso redor, das forças
econômicas, políticas, sociais, culturais e religiosas do país, do continente,
do mundo.
c. ...sob a ação
do Espírito Santo, que é reveladora de Cristo... A Educação
Religiosa é uma das dimensões fundamentais do ministério que o Senhor Jesus
entregou à sua Igreja. Como povo de Deus, a Igreja deve estar empenhada em
vivenciar o Reino dos céus na terra, cultuando a Deus, vivendo em comunhão,
proclamando o evangelho de Cristo, ensinando a verdade revelada e servindo à
humanidade no espírito de Cristo.
A igreja, corpo
de Cristo, é constituída por aqueles que aceitam a Cristo e, impulsionados pelo
amor, se comprometem a participar, colocando seus dons e ministérios a serviço da missão.
A Educação
Religiosa depende essencialmente da operação do Espírito Santo para alcançar os
seus objetivos. A presença e o poder do Espírito Santo na vida da pessoa, nos
diversos segmentos evangélicos, desafiam à ação.
d. ...conforme o
testemunho das Escrituras. A Bíblia, como registro da revelação de Deus aos homens,
é a fonte dos conceitos de Educação Religiosa. Ela objetiva a formação do novo
homem em Cristo, e esse homem deve ter caráter nitidamente cristocêntrico. A
relevância da Educação Religiosa está diretamente ligada à contextualização da
mensagem bíblica e ao seu relacionamento com a experiência quotidiana do
cristão, visando sempre dar-lhe condições de atingir a plena maturidade em
Cristo.
As Escrituras
Sagradas são o fundamento da fé, compromisso e ação. Elas registram as experiências objetivas e
históricas da ação de Deus, através das quais ele se revela. Tais relatos são
vivenciados e celebrados, e expressam o processo educativo do povo de Deus no
Velho Testamento e no Novo Testamento.
e. ...levando em
conta a pessoa e a comunidade... A Educação
Religiosa respeita e reconhece cada pessoa como filha de Deus, criada à sua
imagem e semelhança, amada, a tal ponto de ter enviado seu filho ao mundo, o
qual foi morto e ressuscitou, por amor a todos . “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.(3.16).
O reconhecimento
de todos os desprezados e marginalizados da sociedade, os explorados e
oprimidos por qualquer sistema é uma tarefa da Educação Religiosa.
A Educação
Religiosa parte de um conceito antropológico, fundamentado na Bíblia, de que o
ser humano é mordomo de Deus, o que implica sua liberdade e responsabilidade,
além da sua transcendência como criatura de Deus.
A Educação
Religiosa considera o ser humano dentro de uma visão realista da sua natureza
de pecador, que herdou uma condição de pecado e vive num ambiente dominado por ele,
dependendo da graça de Jesus para a sua conversão e crescimento até a plena
realização do seu ser. Sendo o homem um conjunto de potencialidades, a
aceitação da sua educabilidade é básica no processo do magistério da igreja.
A Educação Religiosa parte de uma visão
integral do ser humano, em que se torna imperativo não se separar a educação da
vida, a emoção do intelecto, o sagrado do secular, e que deverá considerar os
seguintes fatores: os estágios de desenvolvimento da personalidade humana; os
estágios do processo cognitivo; a natureza dinâmica do processo
ensino/aprendizagem e o significado da experiência religiosa de acordo com o
estágio evolutivo de cada indivíduo.
f. ...a Educação
Religiosa objetiva a transformação, a libertação... A Educação Religiosa tem por objetivo a formação de uma
consciência que oriente a conduta do cristão à luz da Palavra de Deus e
desenvolva o seu caráter, de modo a reproduzir nele o caráter de Jesus Cristo
na adoração, no comportamento ético em todos os aspectos do seu viver e na
submissão ao propósito redentivo do amor de Deus. “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que
Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19).
A transformação
da pessoa em nova criatura e do mundo em um mundo novo, na perspectiva do reino
de Deus, são obra do processo educativo realizado por Deus em Cristo e continuada pela igreja, pela
obra do Espírito Santo. A transformação significa a libertação individual,
social e denominacional. Quem transforma, quem liberta, quem salva é Jesus
Cristo. Não é a denominação A, B ou C. À medida que os cristãos vão sendo
envolvidos no processo de transformação, eles crescem e se santificam.
O objetivo final
da Educação Religiosa é levar a pessoa a
alcançar a plena maturidade como ser humano, criado à imagem e semelhança de
Deus.
g. ...e a
capacitação de ambos, para um comprometimento com a missão de Deus no mundo. A Educação
Religiosa tem como base o conceito de que Deus se revela como verdade infinita
e que o ser humano é capaz de conhecê-lo em parte, mesmo que redentivamente.
Isso deve levar a pessoa humana a crescer na graça e no conhecimento de Cristo,
até alcançar o pleno conhecimento da verdade..
A missão é um
movimento de Deus em direção ao mundo (pessoas e comunidade). A iniciativa divina é oferecida ao povo de
Deus, como um desafio. A Educação Religiosa aceita esse desafio, em obediência
ao seu imperativo missionário.
“Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.16);
“...ensinando-as a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado...” (Mt 28:20).
O nosso modelo de
mestre é Jesus Cristo. Que coisas ele tem ordenado? Qual o significado dos
ensinos de Jesus Cristo? Sem dúvida é identificarmo-nos com ele e seu
ministério. É perceber quem são, em nossos dias, os pobres, os cativos, os
cegos, os oprimidos, os publicanos, os fariseus; é comer com os pecadores,
elogiar os “samaritanos”, integrar os marginalizados, denunciar os
“vendilhões”... (Uma pessoa que por qualquer valor renuncia as sua
convicções). É derrubar as fronteiras e alcançar todas as pessoas.
O comprometimento com esta missão implica envolvimento
integral da Educação Religiosa com a pessoa (com pessoas) e a vida
denominacional, ou seja, do nosso segmento evangélico.
É um compromisso
com o passado, nossa herança, com o presente, nosso grande desafio, e com o
futuro, as gerações que nos seguem. É a
uma Educação Religiosa desta natureza que a igreja se propõe.
Quando Jesus
disse: “... edificarei a minha igreja”
(Mt 16.18), ele não se referia a um prédio, nem a uma organização em especial,
mas evocava uma comunhão dinâmica e criadora de pessoas que haveriam de
aceitá-lo pela fé e provar lealdade aos seus ensinamentos através de suas
vidas.
Que podemos dizer
21 séculos depois? Forças revolucionárias sem paralelo operam no mundo hoje,
gerando rebelião, ódio, medo, tumulto, confusão, em busca de uma avaliação de
tudo quanto existe. A Igreja não escapa a esse fenômeno, quer seja considerada
no sentido universal, quer no sentido local. Não são poucos os que indagam:
“Terá a Igreja uma mensagem relevante para os nossos dias?” Ou: “Que podem as
igrejas fazer pela humanidade?”
É necessário,
portanto, que os membros compreendam claramente a natureza e a função da sua
igreja no mundo. Precisam saber quem são, conhecer o trabalho que devem
realizar e como realizá-lo, a fim de que a igreja reafirme a sua missão divina
no mundo e cumpra integralmente o propósito de Deus.
(Extraído com permissão do Módulo: Educação Religiosa I (Bases e Fundamentos da Educação Religiosa) - STEID – Seminário Teológico Evangélico Internacional a Distância)
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