Hoje,
fala-se na educação moderna, discutem-se leis e métodos que poderiam socorrer
os "cansados e oprimidos" da escola dos homens, todavia, os
especialistas da educação se esqueceram de estudar e analisar a
estrutura e o funcionamento da escola que Jesus propõe à humanidade.
O Serviço
de Orientação Educacional tem funcionado, na maioria das escolas, como
delegacia de polícia, para onde são encaminhadas crianças com problema; depois,
por falta de pedagogia, são transferidas, expulsas, discriminadas, reprovadas e
registradas no rol da evasão.
Cristo fez tudo diferente.
Certa vez,
o Mestre estava na Galiléia e as crianças, como sempre o rodearam, porém, os
discípulos (agentes de disciplina) ficaram preocupados e começaram e levá-las
para longe. Só que foram severamente advertidos: "Deixai vir a mim as
crianças" (Lc. 18:16).
O conselho
de classe geralmente consiste no encontro periódico do corpo docente
para "avaliar" o desempenho dos alunos na aprendizagem. É um
julgamento apressado. O aluno é culpado por todo tipo de fracasso. Só ele
falhou, só ele mora longe, é mal educado, não se interessou e não aprendeu. Sob
a batuta de "especialistas", vem o resultado, ano após ano: reprovação
em massa. O réu é condenado e, se algum professor "bonzinho" erguer
sua voz em defesa, quase é massacrado:
- Assim a
educação não vai pra frente!
- Você vai
aprovar todo mundo?
Cristo fez diferente.
Um dia, Ele
estava no templo, ensinando, quando "professores, escribas e
fariseus" lhe trouxeram uma aluna que havia cometido uma falta grave. Já
haviam realizado o conselho de classe entre eles e resolveram reprová-la. Uns
citavam artigos da Lei de Moisés (Lei de Diretrizes e Bases da Educação),
outros alegavam seu comportamento, porém queriam ouvir a palavra final do
Mestre. Perplexos, viram quando Ele se dirigiu não a eles, mas a ela: "Vai
e não peques mais" (Jo. 8:11).
Jesus criou
o conselho de classe para avaliar o processo educacional, onde destaca,
sobretudo, o professor. Isto ficou muito claro, principalmente, no dia em que
se colocou no meio de seus discípulos e perguntou: "E vós quem dizeis que
eu sou?" Estava criada a auto avaliação.
Nem seria
preciso dizer, mas a gente diz que o sistema de recuperação que se implanta por
aí não recupera. Na Escola de Cristo é diferente. O aluno Pedro estava em
recuperação e o Mestre preparou um teste oral, com apenas três perguntas:
- Pedro,
amas-me?
- Senhor,
tu sabes que te amo.
- Pedro,
amas-me?
- Senhor,
tu sabes que te amo.
- Pedro,
amas-me?
- Sim,
Senhor, tu sabes que te amo.
Foi uma
prova duríssima, mas Pedro foi aprovado e ainda levou o dever de casa:
"Apascenta minhas ovelhas" (Jo. 21:16). Jesus criou a recuperação
para recuperar o aluno e não a nota. O aluno recuperado recupera a nota!
Os
estudantes da Escola Profissionalizante de Cristo saem habilitados como
"pescadores de homens". Líderes para atuar em todas as Eras.
O problema
da evasão é tratado com muita firmeza: "Qual de vós é o homem que,
possuindo cem ovelhas, perdendo uma delas, não deixa noventa e nove no deserto,
e não vai após a perdida, até que a encontre?" (Lc.15:4). Jesus orava
preocupado com a estatística de um aluno perdido na turma de 100. E nós? De
cada 100 alunos matriculados na 1ª série do Ensino Fundamental, somente oito
chegam ao Ensino Médio.
Jesus se
mostrou preocupado não só com alunos perdidos, que abandonam a escola, ao
contar a parábola dos que se perdem dentro da escola: "Varrer a casa,
buscando-o até encontrá-lo" (Lc. 19:5).
Quem fundou
a obra educacional de recuperação dos meninos de rua foi Jesus (Mc. 9:42). Ele
criou também o Centro de Estudos Supletivos. Havia aulas durante todos os dias
da semana: manhã, tarde e à noite. Zaqueu, chefe dos publicanos, cobrador
desonesto de impostos, fez sua matrícula de cima da árvore e começou a estudar,
naquele mesmo dia, em casa (Lc. 19:5). Nicodemos, príncipe dos judeus, preferiu
estudar à noite, levando no caderno de anotações as suas dúvidas. Após a
primeira aula, levou a resposta de tudo e uma advertência: "Tu és mestre
em Israel e não sabes estas coisas?"
Na Escola
de Cristo, estudavam ricos e pobres. Quando fundou a Educação Especial, após a
aula, curou a todos. Não temos esse poder, todavia, temos o dever de respeitar
os deficientes físicos e também a obrigação constitucional de fazê-los parte
integrada do sistema educacional (Mt. 15:31-32). Estava criada a educação
inclusiva.
E a merenda
escolar? Basta ler a narração bíblica da multiplicação dos pães para
responder a pergunta. Todas as vezes que o Mestre ministrava suas aulas, ele
mesmo providenciava a merenda (Mt. 14:17; Mt. 15:36; Lc. 15:32).
Jesus
sempre trabalhou em equipe, não fazia o que os
discípulos podiam fazer. Em Betânia, choravam pela morte de Lázaro e
ele mesmo chorou, quando chegou à cidade. Seguido por grande multidão (suas
turmas eram enormes), foi visitar o túmulo, mas uma pedra o impedia de ver o
aluno-defunto. Com seu poder, bastava ordenar e a pedra se tornaria pó. Não.
Preferiu trabalhar em equipe: "Tirai a pedra" (Jo 11:39).Jesus sempre
fazia a chamada. Dentro do cemitério, se não fosse feita a chamada nominal do
aluno Lázaro, seria uma ressurreição em massa: Quem deveria “sair para fora?”
Sairiam todos!
Na prova
final de Pedro, Jesus lhe deu "cola". O aluno errou a última
questão: cortou a orelha do centurião romano. A solução foi a cola! Não foi
reprovado nem ficou em recuperação. Continuou na Escola, porque o Mestre sabe
que o erro é pedagógico.
Quem foi
que criou módulos para o ensino à distância? E os módulos foram escritos pelos
próprios alunos, Mateus, Marcos, Lucas e João, observando o universo
vocabular...
O alunos da
Escola de Cristo são tratados com justiça e igualdade. Judas que tanto lhe
perturbou o magistério não foi expulso nem transferido: estudou na sua escola
até o fim.
Cristo
implantou a inclusão digital: "Pedro, tudo o que ligares na Terra será
ligado no céu." Providenciou a globalização do ensino: "Ide por todo
o mundo"... para que os homens se religassem na Internet divina e
navegassem na mídia celestial: fé@graça.comJesus
A palavra
rede(web) “hoje” é ultra moderna, todavia, Jesus a usou como palavra chave na
Sua Escola e deu aula aos discípulos de web: “Lança a rede para o lado de lá”.
Ou seja, para o lado do Bem.
Ao criar
seu twiter, olhou para Pedro e disse-lhe: segue-me. Hoje o Mestre tem milhões
de seguidores ao redor do mundo.
Ivone Boechat de Oliveira
Diaconiza da PIB de Niterói, RJ, Membro
do Comitê de educação CBB
Bacharel
em Direito, Graduada em Pedagogia, Pós Graduada em Educação, Mestre em
Educação,
Phd
Psicologia da Educação. Consultora em educação, Articulista de Jornais
Nacionais e Internacionais
(Texto
extraído do livro Escola Comunitária-4°.edição.
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