domingo, 20 de abril de 2014

AS COMPETÊNCIAS DO CRISTÃO DO SÉCULO XXI

Estamos vivendo dias complicados. São muitas informações, muitas mudanças, muita pressa, muitas atividades. Nesse ritmo, imposto pela globalização, as famílias já incorporam novos conceitos, o certo e o errado se confundem e os valores são relativos. É grande a competição nesses dias o que gera ansiedade, depressão, ambição. Diante de tantas mudanças nesse mundo globalizado resta nos questionar o valor da Igreja, do estudo da Bíblia e dos princípios cristãos.



Será que vale a pena mesmo ser cristão? Será que Deus faz diferença em nossa vida? E será que a minha vida faz diferença no meio em que eu vivo? Como cristão o que preciso fazer para fazer diferença nesse mundo?

Diante desses questionamentos há uma certeza: É preciso adquirir competências cristãs para fazer a diferença nesse mundo e para experimentar a vontade de Deus em nossas vidas.

Quais as competências que os cristãos do século XXI precisa adquirir para fazer diferença em seu meio?

A Bíblia é a fonte de aquisição de competências do crente do século XXI. 

Em 2 Timóteo 2:11-19, Paulo chama a atenção dos crentes sobre as falsas doutrinas e falsos crentes. Ele mostra que algumas pessoas por não se manterem firmes na palavra de Deus, se desviam da verdade considerando os falatórios inúteis e profanos. Contudo, Paulo diz que aquele que procura apresentar-se a Deus aprovado como obreiro, que conhece a palavra e a maneja bem, esse crente não se desvia da verdade, antes permanece no firme fundamento de Deus e tem um selo que os declara verdadeiramente que pertencem ao Senhor.

Paulo, nesse texto, nos ensina que devemos promover a verdade, nos afastar dos falsos mestres e doutrinas, aceitar e promover os valores cristãos e rejeitar comportamentos que comprometem a vida cristã e o nome daquele que nos chamou.

É preciso adquirir competências pautadas nos princípios cristãos para fazer a diferença no mundo e para experimentar a vontade de Deus em nossas vidas. 

Diante do entendimento desse texto, podemos inferir que é preciso adquirir competências pautadas nos princípios cristãos para fazer a diferença no mundo e para experimentar a vontade de Deus em nossas vidas.

1. Conceituando competência

Competência é uma palavra do senso comum, utilizada para designar uma pessoa qualificada para realizar alguma coisa. O dicionário de língua portuguesa Aurélio enfatiza, em sua definição, aspectos semelhantes: capacidade para resolver qualquer assunto, aptidão, idoneidade.

Segundo Le Boterf (1995), um estudioso da área, a competência é um saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num determinado contexto.

Competência é baseada em três dimensões – Knowledge, Know-How and Attitudes. Em outra palavras podemos dizer que a Competência é formada por 3 eixos = conhecimento + habilidades + atitudes.

Diante desse conceito pode-se dizer que competência cristã é um saber agir responsável, pautado nos princípios cristãos, que é reconhecido pelos outros, e implica mudança de vida e de comportamento, integração de experiências e transferência de conhecimentos e princípios cristãos por meio do estudo da Bíblia e do discipulado, construindo habilidades e vivendo com atitude em qualquer contexto.

É isso mesmo! Precisamos ter competência cristã para viver nesse mundo!

Precisamos saber agir, de forma que nosso agir seja reconhecido pelos outros e tenha poder de impactar a vida daqueles que estão ao nosso redor gerando neles mudanças significativas.

Isso se faz com conhecimento da palavra de Deus e com o Poder do Espírito Santo!

2. Contextualizando a Competência cristã

Em João 3.16 diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Deus se preocupou com o ser humano que não tinha mais condições de viver uma vida íntegra por causa do pecado. Quando estamos debaixo do pecado não temos nenhuma competência!

Quando estamos debaixo do pecado não temos nenhuma competência! 

O pecado fez com que o homem se afastasse de Deus e começasse a viver uma vida obstinada, sem padrão, sem coerência. Vida de mentira, de engano, de banalização da sexualidade, de drogas, álcool, angústia, falta de paz e esperança.

Deus olhou para a incompetência do Homem de ter uma vida nova, pois o pecado o conduzia para a morte! 

Deus ao olhar para o Homem quis lhe dar condições de viver uma vida íntegra e digna. De forma que pudesse adquirir competências cristãs para transformar o meio em que vive! E por isso, enviou Jesus para nos ensinar a viver segundo a Sua vontade. Ele veio ao mundo para nos dar VIDA e nos dar condições de viver esta VIDA com abundância.

Quando Jesus veio ao mundo, ele viveu num mundo muito parecido com o mundo em que vivemos hoje. Ele nasceu em uma época em que os judeus ansiavam pela libertação do jugo romano, já que viviam sob forte opressão econômica, social e política. Havia uma profunda crise dos valores tradicionais. Por isso, os judeus aguardavam a chegada do Messias, que, como enviado de Deus, deveria liderar uma revolução capaz de expulsar romanos e derrubar a corrupta dinastia herodiana, restaurando o legítimo reino de Israel. Ele foi perseguido. Ele foi traído. Mas viveu uma vida exemplar para nos ensinar que nós temos competência para viver e andar como ele andou.

Jesus é o nosso maior exemplo! Quando nos espelhamos em Jesus, temos competência de viver uma vida impactante e transformadora.

3. Adquirindo as competências cristãs

3.1. A competência cristã é adquirida pelo conhecimento da palavra de Deus. 

É por isso que é tão importante estudar a Bíblia, porque nela temos as palavras de Vida. Em Oseias 4.6, Deus fala por meio do profeta que o povo está destruído por falta de conhecimento, em Mateus 22.29 Jesus fala que nós erramos porque não conhecemos as Escrituras.

Então, para que possamos adquirir competência para viver nesse mundo de forma a impactar e transformar vidas precisamos conhecer a palavra de Deus. Como diz Paulo: Precisamos manejar bem a Palavra da verdade. O manejo da palavra é uma habilidade que é consequência do Estudo da bíblia. Quem estuda adquire conhecimento e está preparado para toda boa obra.

Sobre as Escrituras Paulo ensina: 

Primeiro, em 2 Timóteo 3:14 ele dá um conselho a Timóteo que é estendido a todos nós. Ele diz: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido”. 

E em 2 Timóteo 3:16-17 , ele conclui: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”.

Esses ensinamentos só nos constrangem a buscar o conhecimento da Palavra de Deus! E assim, poderemos dizer: “O meu prazer está na Lei do Senhor. E na sua lei medito dia e noite!” Salmo 1.

Mas a nossa vida está tão corrida. É tanta competitividade, é tanta luta, não temos tempo para nada. A verdade é que realmente não temos lido a Bíblia como deveríamos. Às vezes, temos lido muitos outros livros por obrigação e até imposição de algum curso que estamos fazendo, e muitas vezes falta tempo para uma leitura prazerosa da Palavra de Deus, não é? 

Precisamos encontrar espaço em nossa agenda para a leitura da Palavra de Deus. Ele nos diz: Meu filho, minha filha, seja um filho competente. Busque o conhecimento da minha Palavra. Faça um compromisso comigo: esconda a minha palavra em teu coração. Não cesses de falar deste livro da lei, antes medita nele dia e noite para que tenhas cuidado de fazer tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho.

3.2. A competência cristã envolve habilidades para fazer diferença.

Além do conhecimento, a competência cristã exige habilidades. Que habilidades são essas que o crente deve ter para fazer diferença nesse mundo? 

As habilidades estão voltadas para o que nós sabemos fazer. É a capacidade de realizar determinada tarefa, física ou mental. 

Quando falamos de competências cristãs, no caso das habilidades, percebe-se muito a atuação do Espírito Santo em nossas vidas, nos capacitando para toda boa obra. Ele nos dota de capacidade para que possamos edificar a igreja e transformar o mundo. Ele nos dá condições de entender a palavra de Deus, testemunhar do amor de Deus, da salvação em Cristo e da vida nova que estamos vivendo é uma habilidade outorgada pelo e Espirito Santo de Deus atestada na palavra de Deus em Atos 1:8 que diz: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”

No momento que recebemos o Espirito Santo em nossas vidas ele nos capacita e assim somos dotados de habilidades para: prestar culto, adorar a Deus em Espirito e em verdade, fazer discípulos, ensinar a palavra de Deus, contribuir com alegria e liberalidade. 

Paulo em I Cor. 12.6 diz que há uma diversidade de dons, mas é Deus quem opera tudo em todos. Em Filipenses 2.13 diz que: Deus é o que opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.

Para fazermos diferença nesse mundo, além do conhecimento na Palavra de Deus, precisamos ser submissos ao Espírito de Deus para que ele nos capacite para saber fazer aquilo que ele nos desafia a fazer.

Jesus, sobre isso, nos diz que sem Ele nada podemos fazer. Por isso se quisermos ser crentes competentes para impactar vidas e o mundo em que vivemos precisamos estar diante do nosso Senhor Jesus para que nos ajude a fazer a sua vontade aqui nesse mundo.

3.3. A competência cristã requer Atitude

Atitude é o querer. Não adianta termos conhecimento da palavra, ser habilidoso, ter o dom e não querer fazer diferença. 

A atitude são comportamentos que temos diante de situações do nosso dia a dia e das tarefas que desenvolvemos. É a prática da nossa vida cristã. Em suma atitude é o modo de proceder ou agir, comportamento referente à determinada situação. 

E aquele momento que decidimos ser cristão. É o momento que em que liberamos o perdão. Que decidimos amar sem pedir nada em troca. É o momento em que somos humildes. É o momento em que nossa atitude denuncia que somos CRENTES. Que somos diferentes. Que somos filhos de Deus. As atitudes que tomamos revelam quem somos.

É por isso que Paulo em Efésios 4 e 5 diz: Rogo-vos, pois irmãos... que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, e digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Despojeis do velho homem, Renoveis no espírito do vosso entendimento, Revistais do novo homem, criado segundo Deus, SEDE, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. 

Devemos ter atitude em nossa palavra, em nosso pensar, em nosso falar, em nosso agir, nosso proceder, nossa fé, nossas ações, nosso amor.

Essas atitudes revelam nossa competência cristã de sermos sal da terra, luz para esse mundo e referência para os que estão perdidos. 

Diante de tudo isso podemos responder aos questionametos:

Será que vale a pena mesmo ser cristão? Sim, vale a pena, pois Deus nos deu competência de viver uma vida abundante nesse mundo de modo que nosso viver transforme e impacte vidas.

Será que Deus faz diferença em nossa vida? Sim, Deus faz diferença em nossa vida. Primeiro em nos salvou do pecado e nos deu condições de viver uma nova vida. 

E será que a minha vida faz diferença no meio em que eu vivo? Quando buscamos o conhecimento da palavra, as habilidades e dons do Espirito Santo e adotamos as atitudes cristãs pautadas na palavra de Deus a consequência é fazer diferença na vida das outras pessoas.

Como cristão o que preciso fazer diferença nesse mundo? É preciso ter o conhecimento da Palavra, as habilidades e dons do Espirito Santo e as atitudes do Senhor Jesus para ser um filho de competente para viver uma vida nova nesse mundo. 

Que Deus... Nos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazermos a vontade dele, operando em nós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.Hebreus 13:21


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LE BOTERF, G. De la compétence – essai sur um attracteur étrange. In: Les éditions d’organisations. Paris: Quatrième Tirage, 1995.

Identificação do Conhecimento, Habilidade e Atitude (CHA) dos coordenadores de curso de uma Instituição de Ensino Superior.

Eliene Pereira da Silva Dias
Primeira Igreja Batista do Gama, DF
Educadora Religiosa, graduada pelo IBER, RJ.
Especialista em Secretariado Executivo.
Pós-graduanda em Gestão de Pessoas no
Serviço Público, ENAP.
Palestrante nas áreas: Liderança,
Educação Cristã, Ministério Infantil, Missões



sábado, 19 de abril de 2014

É CIÊNCIA OU RELIGIÃO O QUE SE ENSINAM EM NOSSAS ESCOLAS E FACULDADES?


Se este livro funcionar do modo como pretendo, os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem.
(Richard Dawkins em “Deus, um delírio")
           
Em 1893, Thomas Henry Huxley, um biólogo britânico que ficou conhecido como "O Buldogue de Darwin"2 por ser o principal defensor público da teoria da Evolução de Charles Darwin, publicou o livro Darwiniana” com o claro objetivo de defender e difundir o evolucionismo.  De forma propositada ou não, é curioso como ele inicia o prefácio desse livro:  "Intitulei este volume Darwiniana porque as peças nele republicadas tratam da antiga doutrina da Evolução3.  Exatamente! Esta é a grande questão. A teoria da evolução é ciência ou uma religião cuja doutrina precisa ser defendida com a ferocidade de um buldogue?

É irônico, mas creio que a melhor definição para o darwinismo que alguém já deu é justamente a do “Buldogue de Darwin”, chamando-o de antiga DOUTRINA DA EVOLUÇÃO, e como doutrina o evolucionismo deixa de ser ciência para se transformar em religião ou, pior ainda, em seita, como afirma Lynn Margulis, professora de biologia da Universidade de Massachusetts:

O neodarwinismo é uma pequena seita religiosa do século XX, dentro da fé religiosa geral da biologia anglo-saxônica4.    

Margulis não faz tal afirmação por questões religiosas, ou por preconceito religioso baseada em um dogmatismo cristão cego.  Sua afirmação é baseada em uma observação simples dos argumentos utilizados por muitos evolucionistas para justificarem sua crença na teoria da evolução. 

1. O Pé Divino

Muitos cientistas, inclusive evolucionistas, concordam que o evolucionismo é uma doutrina que transcende a própria ciência, como deixa bem claro o professor Richard Lewontin, conhecido biólogo evolucionista de Harvard em um de seus artigos publicado no New York Review of Books : 

"Nós ficamos do lado da ciência, apesar do patente absurdo de algumas de suas construções, apesar de seu fracasso para cumprir muitas de suas extravagantes promessas em relação à saúde e à vida, apesar da tolerância da comunidade científica em prol de teorias certamente não comprovadas, porque nós temos um compromisso prévio, um compromisso com o materialismo.  Não é que os métodos e instituições da ciência de algum modo compelem-nos a aceitar uma explicação material dos fenômenos do mundo, mas, ao contrário, somos forçados por nossa prévia adesão à concepção materialista do universo a criar um aparato de investigação e um conjunto de conceitos que produzam explicações materialistas, não importa quão contraditórias, quão enganosas e quão mitificadas para os não iniciados. Além disso, para nós o materialismo é absoluto; não podemos permitir que o 'Pé Divino' entre por nossa porta" 5.   

Sem meias palavras, Lewontin, um cientista afamado, professor de biologia em uma das  Universidades mais conceituadas do mundo, afirma que seu compromisso não é com a verdade científica, mas com o materialismo.  Para ele, a ciência tem que se ajustar às concepções materialistas dos evolucionistas, e, por isso, todas as pesquisas têm que ser conduzidas de tal forma que seus resultados concordem com a doutrina darwinista.  Infelizmente, esta é a maneira de fazer ciência não apenas de Lewontin, mas também de muitos outros cientistas evolucionistas.  O princípio “científico” básico adotado como padrão é: -Primeiro definimos nossas crenças, nossas filosofias e nossos dogmas, e depois reelaboramos a ciência a fim de que esta apoie nossas crenças materialistas.
Em seu texto, Lewontin não apenas declara sua fé cega no materialismo, mas, sem nenhum pudor ou constrangimento, diz qual foi o principal motivo para ter adotado o evolucionismo como dogma: “Não podemos permitir que o pé divino entre por nossa porta”.   

Se isso não é uma seita, é o quê, então?   A visão de cientista como  sendo uma pessoa séria, isenta de qualquer vaidade e preconceitos, unicamente preocupada com a verdade, está se tornando quase que um mito em alguns campos da ciência.  Um pesquisador sério ao fazer uma pesquisa em um laboratório de forma exaustiva, repetindo-a inúmeras vezes, ao descobrir que seus resultados não concordam nem um pouco com suas teorias iniciais, deve chegar à conclusão de que suas teorias estavam equivocadas e refazê-las com base em seus resultados experimentais. Contudo, Lewontin e muitos outros cientistas naturalistas trabalham de forma inversa:  criam um conjunto de conceitos que produzam explicações materialistas. 

Segundo a professora de filosofia Marilena Chauí, a imagem de neutralidade científica é ilusória. Diz ela:

 “Quando o cientista escolhe uma certa definição de seu objeto, decide usar um determinado método e espera obter certos resultados, sua atividade não é neutra nem imparcial, mas feita por escolhas precisas6.   

Ademais, continua Chauí:

“...o senso comum vê a ciência desligada do contexto das condições de sua realização e de suas finalidades.  Eis por que tende a acreditar na neutralidade científica, na idéia de que o único compromisso da ciência é o conhecimento verdadeiro e desinteressado e a solução correta de nossos problemas.[...]A ideologia cientificista usa essa imagem idealizada para consolidar a da neutralidade cien­tífica, dissimulando, com isso, a origem e a fina­lidade da maioria das pesquisas, destinadas a controlar a Natureza e a sociedade segundo os interesses dos grupos que controlam os financiamentos dos laboratórios7.

A teoria da evolução é exatamente o exemplo dessa ideologia cientificista que se esconde atrás dos mitos da neutralidade científica e do cientista “mago”, comprometido única e exclusivamente com as verdades científicas, sejam elas quais forem.

A imagem que os cientistas evolucionistas fazem questão de vender para a sociedade é a de que a ciência séria, competente e verdadeira é a que eles estão realizando, e todo o cientista que não seja evolucionista, é um cientistazinho de terceira categoria, quando muito.

A imagem que os cientistas evolucionistas fazem questão de vender para a sociedade é a de que a ciência séria, competente e verdadeira é a que eles estão realizando, e todo o cientista que não seja evolucionista, é um cientistazinho de terceira categoria, quando muito.  Como bem escreve a professora Marilena Chauí:

“A ideologia e a mitologia cientificistas enca­ram a ciência não pelo prisma do trabalho do conhecimento, mas pelo prisma dos resultados (apre­sentados como espetaculares e miraculosos) e sobretudo como uma forma de poder social e de controle do pensamento humano.  Por esse moti­vo, aceitam a ideologia da competência, isto é, a idéia de que há, na sociedade, os que sabem e os que não sabem,  que os primeiros são competen­tes e têm o direito de mandar e de exercer pode­res,  enquanto os demais são incompetentes, de­vendo obedecer e ser mandados. Em resumo, a sociedade deve ser dirigida e comandada pelos que "sabem" e os demais devem executar as tarefas que lhes são ordenadas”  8

2. A Caixa Preta de Darwin

Michael Behe é bioquímico e professor na Universidade Lehigh, Pensilvânia, EUA.  Em seu livro “A Caixa Preta de Darwin”, ele apresenta uma série de argumentações bastante consistentes, sob o ponto de vista da biologia molecular, contrariando totalmente as bases do evolucionismo de Charles Darwin.  Para Behe:

 “A bioquímica levou a teoria de Darwin aos seus últimos limites”6, pois a partir do momento em que a ciência pôde investigar a célula permitindo compreender como a vida funciona e, mais ainda, observar a complexidade das estruturas orgânicas subcelulares, coisa que Charles Darwin sequer poderia imaginar com os recursos disponíveis no século XIX,  a grande e inevitável pergunta foi e continua sendo: “Como tudo isso poderia ter evoluído?”7.

Qualquer cientista isento de paixões dogmáticas, ao submeter a doutrina evolucionista a uma análise científica séria, percebe que  são tantos os seus “furos”, e que seus pressupostos são tão inconsistentes que aceitá-la como verdade absoluta, como faz Lewontin, e todos os outros evolucionistas, significa crer em algo muito mais extraordinário do que crer na existência de um Deus Criador.

Qualquer cientista isento de paixões dogmáticas, ao submeter a doutrina evolucionista a uma análise científica séria, percebe que são tantos os seus “furos”, e que seus pressupostos são tão inconsistentes que aceitá-la como verdade absoluta, significa crer em algo muito mais extraordinário do que crer na existência de um Deus Criador.

A bem da verdade, todas as áreas da ciência conspiram contra a teoria da evolução, contudo ela continua ditando as regras, o comportamento e os estudos da maioria dos indivíduos em todas as partes do mundo. Veja o que escreveu Jerry Coyne, do Departamento de Ecologia e Evolução da Universidade de Chicago: 

Concluímos, inesperadamente, que há poucas provas que sustentem a teoria neodarwiniana: seus alicerces teóricos são fracos, assim como as evidências experimentais que a apóiam8. 

Mas apesar disso tudo, ela continua sendo um paradigma para pesquisadores, professores e alunos do mundo inteiro.  Behe tem uma interessante explicação para esse fenômeno:

 “Alguns livros didáticos parecem fazer parte de um esforço concentrado para inculcar nos estudantes uma visão evolucionista. [...] Numerosos estudantes aprendem em seus livros a ver o mundo através de uma lente evolucionista.  Eles, contudo, não aprendem como a evolução darwiniana poderia ter produzido qualquer um dos sistemas bioquímicos notavelmente complicados que tais textos descrevem” 9.

3. Século 19, o Nascimento do Cientificismo

No século 19, após a revolução industrial iniciada na Inglaterra no século 18, a ciência aparentemente atingiu o auge de seu prestígio.  O desenvolvimento acelerado da tecnologia devido à aplicação na prática do conhecimento científico produziu na humanidade uma falsa idéia de que a ciência era capaz de resolver ou explicar tudo, surgindo, então, o cientificismo.   A crença de que tudo poderia ser explicado pela ciência, e esta deveria ser colocada acima de todos os outros modos do saber, acabou colocando a ciência numa posição de destaque, mística mesmo, e os cientistas, obviamente, começaram a receber uma aura de quase divinos.  A ciência “sempre” tinha uma explicação, e se não tivesse, deveria arranjar uma, mesmo que para isso tivesse que lançar mão de argumentos filosóficos e utilizar métodos nada ou muito pouco científicos. 

Esse semiendeusamento da ciência e do cientista continuou vivo no início do século XX, e nesse ambiente de supervalorização do conhecimento científico e de distorção da natureza original da ciência, surge Karl Raimund Popper, um filósofo da ciência austríaco, mas naturalizado britânico, nascido em 1902. Popper foi um respeitado e mordaz crítico do cientificismo e dessa visão quase que mística da ciência.  Ele defendeu a seguinte tese:

 “se a ciência se baseia na observação e teorização, só se podem tirar conclusões sobre o que foi observado, nunca sobre o que não foi. Assim, se um cientista observa milhares de cisnes, em muitos lugares diferentes e verifica que todos os cisnes observados são brancos,  isto não lhe permite afirmar cientificamente que todos os cisnes são brancos, pois, não importa quantos cisnes brancos tenham sido observados, basta o surgimento de um único cisne negro para derrubar a afirmação de que eles não existiriam.  Assim, qualquer afirmação científica baseada em observação jamais poderá ser considerada uma verdade absoluta ou definitiva”13.   

Karl Popper causou tanto impacto com sua visão a respeito do que realmente significa uma teoria científica, que ainda hoje sua tese14 é vista com respeito e admiração por muitos renomados cientistas, como o físico inglês Stephen  Hawking, que, em seu livro “O Universo numa casca de noz”, citando Popper, afirma: 

Uma teoria científica segura, seja do tempo ou de qualquer outro conceito, deve, na minha opinião, ser baseada na mais viável filosofia da ciência: a abordagem positivista formulada por Karl Popper e outros.  Segundo essa maneira de pensar, uma teoria cien­tífica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que fazemos.  Uma boa teoria descreverá uma vasta série de fenômenos  com base em uns poucos postulados simples e fará pre­visões claras que podem ser testadas.   Se as previsões concordam com as observações, a teoria sobrevive àquele teste, embora nunca se possa provar que esteja correta.   Por outro lado, se as observações discordam das previsões, é preciso descartar ou modificar a teoria. (Pelo menos, é isso que deveria acontecer.  Na prática, as pessoas muitas vezes questionam a exatidão das observações, a confiabili­dade e o caráter moral de seus realizadores)”  15.

Diante da argumentação de Popper sobre teoria científica, aceita por renomados cientistas como Stephen Hawking, cabe as perguntas: 

Se as previsões da teoria de Darwin não podem ser testadas, se nunca se observou qualquer mudança genética em cadeia de um ser vivo que produzisse ao longo do tempo, pela seleção natural, uma nova espécie mais complexa ou não, e se nenhuma das afirmações de que a evolução ocorreu é baseada em experimentos ou cálculos pertinentes,  como a teoria de Darwin continua sobrevivendo? 

Como uma teoria baseada em opiniões, idéias e conclusões sem a menor evidência científica que fizesse sentido já naquela época, e menos ainda hoje, passou a determinar os caminhos de todas as pesquisas científicas dali para frente? 

Como em pleno século XXI, com todos os avanços tecnológicos e descobertas científicas que apontam num sentido totalmente oposto ao apresentado por Darwin, a teoria da evolução continua dominando os meios científicos, acadêmicos e a própria mídia? 

 Para Behe, uma das razões para que isso continue acontecendo é o fato de que:

 “muitas pessoas, inclusive renomados cientistas, simplesmente não querem que exista qualquer outra coisa além da natureza” 16

 O apóstolo Paulo vai um pouco mais fundo do que Michel Behe nesse tema e diz:  “...o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” (II Co 4.4).    Só pode ser esta a explicação!  Somente uma cegueira coletiva provocada pelo “deus deste século” para justificar não apenas a sobrevivência do evolucionismo, mas seu extraordinário poder de sedução e, como admitiu Richard Lewontin, a “enorme tolerância da comunidade científica em prol de teorias certamente não comprovadas”.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. DAWKINS, Richard.  “Deus, um delírio”.     São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.29.  520p.
2. http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Huxley
3. HUXLEY, Thomas Henry. Darwiniana. London: MacMillan & Co., 1893.  (Collected Essays by T. H. Huxley, vol. 2).  [Edição brasileira:  Darwiniana. A "Origem das espécies" em debate. Trad. Fulvio Lubisco. São Paulo: Madras Editora Ltda., 2006. 256 páginas].
4. Mann, C. (1991), “Lynn Margulis: Science’s Unruly Earth Mother”, Science,  252, p.378-381.  Citado por BEHE, Michael. A Caixa Preta de Darwin, Rio de Janeiro, ZAHAR, 1997. pg. 35.
5. LEWONTIN, Richard.Billions and Billions of Demons”  The New York  Review, January 1997, p. 31.
6. CHAUI, Marilena.  Filosofia-Série Novo Ensino Médio.  São Paulo: Ática,  2002, p.118.
7. CHAUI, Op.Cit. p.119
8. CHAUI, Op.Cit. p.117
9. BEHE, Michael. A Caixa Preta de Darwin, Rio de Janeiro, ZAHAR, 1997. p.35.
10. BEHE, Op. Cit.  p.187
13. LANA, Carlos Roberto de.  Karl Popper, falseabilidade e limites da ciência.  Citado em  http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u34.jhtm
14. POPPER, Karl.   A lógica da pesquisa científica. Trad. Leônidas Hegenberg e  Octanny S, da Motta. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1975.
15. HAWKING, Stephen.  O Universo numa casca de noz, 5. Ed., São Paulo, ARX  ed., 2002, pag.31
16. BEHE p.245
Roberto Ramos da Silva
Graduado em Teologia  pelo STBSB e em  Física pela UFSC. 
Mestre em Física de Plasmas pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Doutor em Física Atômica e Molecular pela UFSC.
 Diretor e Professor de Teologia do Instituto Batista de Educação, em Florianópolis, SC.
Fundador e Presidente do Núcleo de Recuperação e Reabilitação de Vidas (NURREVI), Comunidade Terapêutica para tratamento de dependentes químicos do sexo feminino.
Autor do livro “A Religião de Darwin”.

DISCIPLINA E CORREÇÃO NA SALA DE AULA

Infelizmente muitas pessoas acham que a disciplina é castigo, mas de fato a palavra tem uma definição bem mais ampla. Para mim, a disciplina é a preocupação do adulto para com a criança. E o limite determinado para que a criança saiba a diferença entre comportamento aceitável ou inaceitável. Para poder estabelecer estes limites, é necessário que a criança confie na pessoa que faz com que ela respeite os limites. A criança precisa sentir que a pessoa que determina os limites está preocupada com ela.


A disciplina é a preocupação do adulto para com a criança.

O disciplinador é aquele que ensina. Para alguém crescer e ser uma pessoa bem ajustada, a disciplina é necessária. Para a criança viver alegremente en¬quanto cresce e aprende o jeito da sociedade; para ser aceita (por ela mesma e outros também) ela há de ser disciplinada. Não quer dizer ser punida, mas, sim, ensinada; ela tem que ser guiada. Em vez de dizer que disciplina é castigo, diga que é orientação.

Vamos destacar alguns prin¬cípios de disciplina na sala de aula:

1. Lembre-se de que cada criança foi criada à imagem de Deus e merece respeito e amor. Trate cada criança como você gostaria de ser tratado.
2. Seja positivo em atitudes e nas palavras. Comunique esperanças positivas. Ofereça comportamento alternativo em vez de dizer não.
3. Providencie um ambiente que atenda às necessidades físicas e emocionais da criança.
4. Planeje e se prepare pensando nos interesses e nas habilidades das crianças. Organize as coisas para ter um ambiente de aprendizagem. Planeje uma variedade de atividades que levem em conta as diferenças individuais dos alunos.
5. Esteja pronto para mudar seus planos ou atividades quando sentir que as crianças estão inquietas. Aulas monótonas criam problemas.
6. Estabeleça os limites de comportamento dentro dos quais todos possam trabalhar. Fale claramente sobre esses limites.
7. Comunique que a criança é responsável por seu comportamento e que cobraremos sua obediência (observação dos limites de comportamento). Nosso alvo é que a criança aprenda a dizer:
a. Sou responsável - tenho uma tarefa e posso fazê-la.
b. Eu posso escolher minha ações - ninguém mais é responsável pelas coisas que eu resolvo fazer.
c. Não posso fazer como eu quero porque há limites  e regras. Sou responsável por minhas ações perante Deus e os adultos.
8. Escute quando a criança fala. Ouça mais do que as palavras e tente entender o que está "atrás" das palavras. Faça o possível para conhecer a criança, seu lar e suas necessidades.
9. Conheça e viva a verdade de 1 Coríntios 13, expressando amor de uma maneira bem concreta.
Amoré:
□  Chegar cedo, trazendo bons planos para a aula.
□  Ser amigo e ajudar a criança a se sentir bem consigo mesma.
□  Preocupar-se com a criança, nas coisas tristes e alegres.
□  Deixar a criança pensar e expressar seus pensamentos.
□  Dar controle e orientação; estabelecer limites.
□  Orar pelos alunos.

Infelizmente, nem todas as crianças vão responder aos métodos já citados. Não é possível evitar todos os problemas na sala de aula. A realidade é que as crianças vão optar por fazer coisas erradas. Neste caso, o professor vai precisar corrigir. A correção se preocupa com o futuro, tentando dirigir a criança a fazer o certo futuramente. É diferente do castigo que visa a punir o erro. Tentamos seguir o modelo de Deus. Note: "Porque o Senhor corrige a quem ele ama e castiga quem aceita como filho... os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo, mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade" (Hebreus 12.6,10).

Em vez de dizer que disciplina é castigo, diga que é orientação

Entre as atitudes a seguir, indique as que você acha que podem ser usadas com as crianças na igreja:

1. Estabelecer regras de conduta para sua sala e depois esclarecer as regras e os limites para as crianças.
2. Dar uma orientação adequada quanto ao uso da sala e do material.
3. Ser firme, cumprindo sua palavra.
4. Desenvolver uma rotina e estrutura, evitando rotativida¬de da liderança.
5. Manter contato com os olhos e aproveitar o uso de comunicação silenciosa.
6. Entrar em contato com os pais para saber dos proble¬mas em casa que podem estar provocando os proble¬mas na sala de aula.
7. Orar com a criança sobre o problema.
8. Tocar, com carinho, a criança para dar atenção positiva. Muitos problemas de comportamento são um grito de desespero da parte da criança. Ela simplesmente quer a atenção do adulto.
9. Conversar pessoalmente com a criança, evitando humilhá-la em frente dos outros.
10. Deixar bem claro o que a criança está fazendo de errado.
11. Retirar a criança do ambiente quando necessário, mas sempre acompanhada por um adulto.
12. Manter a calma e usar uma voz moderada para chamar a atenção da criança.
13. Separar as crianças que gostam de fazer bagunça em conjunto.
14. Falar o nome da criança para que saiba que você sabe quem está criando o problema.
15. Chegar perto da criança que está agindo erradamente porque a presença de um adulto inibe atos errados.
16. Sempre deve evitar bater, gritar, usar ameaças e ser áspero.

Peggy Smith Fonseca
 Mestre em Educação Religiosa, formada pelo Seminário Teológico de Louisville, EUA. 
(Revista Educador – Ano VI – Nº 19 - 1T98)

DESAFIADOS A SER PADRÃO NA VALORIZAÇÃO E NO CUIDADO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O artigo 227 da Constituição Federal do Brasil diz na sua íntegra: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” (Constituição Federal do Brasil art. 227).
Certa vez conversando com um Major do corpo de bombeiros que tinha em sua corporação o projeto com crianças e adolescentes com o tema: “Vidas alheias riquezas a salvar” procurei saber mais sobre o projeto e ele me disse: nosso projeto visa ensinar crianças e adolescentes, ética, respeito, dignidade, primeiros socorros; mas também precisamos ensinar a eles que Jesus é o Caminho a Verdade e a Vida. Atendemos o apelo do Major e começamos um trabalho de estudos bíblicos com mais de 200 crianças e adolescentes daquele projeto.

A maior riqueza que podemos dar para as crianças e adolescentes da nossa nação é o ensino da palavra de Deus. O Brasil e o mundo acompanhou a história de Rejaniel de Jesus Silva Santos, o morador de rua que encontrou 20.000,00 produto de roubo e devolveu a polícia o qual disse enfaticamente, “quando era criança minha mãe me ensinou que nunca deveria ficar com algo que não fosse meu”. O que levou o morador de rua a devolver o dinheiro foi o ensino que recebeu quando ainda era criança. Rejaniel foi educado em um lar cristão.

Cada vez mais presenciamos crianças e adolescentes envolvendo-se na criminalidade, isso é preocupante. As casas de recuperação dos menores infratores tem sido uma graduação para o crime, e os centros de recuperação para os maiores de idade, formação para mestrado e doutorado para crime. Trabalhei dois anos em um presídio de segurança máxima pregando a palavra de Deus todas às segundas feiras e a maioria dos presos tinha em media de 21 a 35 anos e muitos deles já tinham passado pelos centros de recuperação de menores.

A palavra de Deus nos diz que “se pois o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.  Choquem-se se quiser! Muitos dos detentos que conheci já frequentaram alguma igreja evangélica quando criança. O que está errado então? Por que eles não continuaram na igreja? Primeiro, porque não foram livres, segundo, porque não houve ensino correto da palavra de Deus. Ensinar uma criança não é só falar sobre o certo e o errado, mas é viver e fazer para que ela faça o mesmo. Por isso nosso apelo é “Desafiados a ser padrão...” é assumir a responsabilidade de formação do caráter do seu filho, a ser o modelo para ele seguir.

O ensino correto da criança e adolescentes nos caminhos do Senhor é determinante para seu futuro.

     O ensino correto da criança e adolescentes nos caminhos do Senhor é determinante para seu futuro. Conheço um homem que na sua infância começou a frequentar uma Congregação Batista, somente ele da sua casa ia à igreja. Os valores familiares eram totalmente desvirtuados por nunca darem oportunidade de conhecer a palavra de Deus naquele lar. A criancinha quando ia cantar na frente da igreja tinha um hino especial. “Caminhando eu vou para Canaã, caminhando eu vou para Canaã. Se o papai não for não impede a mim, se a mamãe não for não impede a mim. Glória a Deus caminhando eu vou para Canaã”. Quando chegou a adolescência teve que sair de casa por não concordar com os valores éticos, morais e bíblicos dos pais.
O adolescente cresceu, morou só em uma grande capital, sofreu um acidente de moto perdeu a perna esquerda, mas continuava cantando, “Glória a Deus caminhando eu vou para Canaã”. Mudou de vida, casou-se, tem um filho, está cursando teologia, e pastorea uma igreja Batista em Vitória-ES. O principio da palavra sendo ensinada a criança faz mudança na vida da pessoa e também da sociedade onde ela vive e também dos seus familiares. Hoje esse jovem não canta mais se o papai, mamãe, irmãos não forem, ele ganhou todos para Cristo.

Há muitas crianças e adolescentes nas ruas que podem transformar a vida de uma família e sociedade. A igreja precisa assumir o papel de evangelização das crianças. Ouvi muitas vezes liderem religiosos dizendo que as crianças são a igreja do futuro, discordo, pois elas são a igreja do presente e a liderança do futuro.

Ouvi muitas vezes liderem religiosos dizendo que as crianças são a igreja do futuro, discordo, pois elas são a igreja do presente e a liderança do futuro.

     Devemos trabalhar na valorização e no cuidado das crianças e adolescentes para termos uma sociedade justa, valores familiares determinados pelos princípios bíblicos, crendo que esse cuidado mudará não só a vida da criança, mas também de toda a sua família.

Nosso tema nos chama atenção, pois não nos apresenta um projeto de investimento financeiro, nem de uma estrutura física, nem um trabalho de assistencialismo. Nosso tema nos desafia a ser padrão. Se eu quero uma criança que respeite o outro, tenho que respeitar, se quero uma criança verdadeira, tenho que ser verdadeiro; se quero uma criança dedicada à oração, tenho que ser dedicado à oração; se quero uma criança compromissada com a leitura da bíblia tenho que ser exemplo. Pergunte a você mesmo, a minha vida cristã serve de exemplo para que as crianças e adolescentes sejam meus ou não pode ser seguida para que quando ela se tornar adulta seja como eu?

“Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele”. (Pv. 22.6)

Anderson Resende Barbosa
Bacharel em Teologia FATEBE/STBE

E A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL AINDA EXISTE?

Sou do tempo do tempo em que os cristãos amavam ir a Escola Bíblica Dominical, velhos tempos, quantas saudades. Daí lembro-me do hino 545 CC intitulado “Vamos à escola” que diz: “Vamos, jovens alunos, à escola, A Palavra de Deus estudar, Boas-novas ouvirmos de Cristo, E favores reais alcançar.....” Que hino! isso me emocionava muito, e até os dias atuais me emociono ao cantar, e como sinto a falta dessa emoção, desse desejo em nossos irmãos, em nossas igrejas. É isso mesmo; uma velha e ao mesmo tempo uma nova discussão bate à porta da Igreja pós-moderna, a existência da Escola Bíblica Dominical no contexto dos dias atuais, surgindo aí questionamentos como: Ela ainda existe? Ela tem atendido as necessidades da igreja hoje? Tem evangelizado como foi assim sua proposta inicial com seu idealizador Robert Raikes em 1780 em alcançar as crianças na Inglaterra organizando uma escola que funcionaria aos domingos, cuidando não apenas da educação secular, mas daria também a educação religiosa e teria a Bíblia como livro texto?

Parece-nos que estamos distante disto, e principalmente no contexto de mundo em que vivemos. Gosto muito da frase do Educador Paulo Freire que Diz: "Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino". Freire tinha plena consciência sobre a necessidade de uma busca constante no processo ensino aprendizado, acredito ser preciso resgatar essa consciência se quisermos de fato ter uma educação cristã que atenda a necessidade do nosso povo, daí acredito que passar também pela Escola Dominical essa discussão, percebendo que a mesma precisa urgentemente de um upgrade.

Tenho lidado há quase 30 anos com a EBD, ora como aluno, ora como professor e tenho concluído que infelizmente os crentes do mundo pós-modernos não demonstram mais desejo de ir a Escola Bíblica Dominical; mas será por quê? O tempo mudou? Deus mudou? A igreja esta ultrapassada em suas estratégias? Precisamos refletir sobre isto. Percebo que há três fatores importantes que necessitam ser revistos dentro desta discussão, vejamos:

I. Resgatar o desejo dos Cristãos em estudarem a Bíblia. (Sl 119.105, 119.11)

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”.
“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”.

No contexto de mundo em que vivemos hoje, a Palavra de Deus quando ministrada fará uma grande diferença na vida das pessoas. Há uma grande carência de Deus (Sl 42.2). Cada dia o homem questiona sua existência, o eterno, a vida pós a morte, e outras questões; e é a Bíblia tem as respostas, ela direciona seu leitor, dirimindo suas dúvidas e questionamentos. Quando os cristãos voltarem a ter o desejo de estudar a Palavra de Deus resgataremos a EBD a melhor escola do mundo, escola que edifica e doutrina a igreja do Senhor. Em minha experiência como cristão foi na EBD que senti esse desejo de estudar a Bíblia, de conhecê-la melhor, pois com toda certeza obtive o maior crescimento para minha pessoal e ministerial.

 II. Porque todos os crentes de faixas etárias diferentes têm oportunidade de estudar a Bíblia.
“Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. (I Tm 2.4.)

Na EBD todos podem estudar a Bíblia, os alunos das mais variadas faixas etárias vão construir com o seu professor o aprendizado. No currículo da Convenção Batista Brasileira desde a mais tenra idade até a 3ª idade há uma classe voltada para atender essas demandas, dai não há desculpas para os cristãos não estarem presentes na Escola Bíblica Dominical. Destacamos também que na EBD as diferentes classes sociais se encontram, e juntas buscam aprender a Palavra de Deus que fará grande diferença na vida daqueles que reservam esse precioso tempo para seu crescimento espiritual. Todos podem estudar a Bíblia, a criança, o adolescente, o jovem, o senhor a senhora, o pobre, o rico; não importa a localização na escala hierárquica que as pessoas se encontram, pois todos são alunos do grande Mestre por excelência que é Jesus, e são seus ensinamentos que farão grandes transformações na vida daqueles que a buscam ardentemente crescerem na fé.

III. Porque a Igreja está sendo doutrinada
“Remindo o tempo; porquanto os dias são maus”. (Ef 5:16)

É preciso que a igreja hoje esteja firme em sua fé e doutrina, os tempos sãos maus. (Ef 5.16, I Tm 1.10, II Tm 4.2-3.). Uma igreja para ser forte doutrinariamente, tem que estar comprometida com o estudo da Bíblia visando fortalecer a vida espiritual de seus membros. Vivemos hoje a “Religião do resultado”, os homens mandam em Deus rogando que o Ele os cure, lhes dê prosperidade, etc, porém não estão dispostos a obedecer aos mandamentos do Senhor para suas vidas.

Uma igreja para ser forte doutrinariamente tem que estar comprometida com o estudo da Bíblia visando fortalecer a vida espiritual de seus membros.

É preciso que a igreja seja fortalecida doutrinariamente para que as ovelhas não venham procurar “pastos” em outros campos que não inspiram confiança. Muitos por estarem  frágeis em sua fé enveredam por este caminho. Paulo fala sobre a são doutrina mencionada pelo apóstolo Paulo em Tito 1. 9. Que diz: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”. Quando os cristãos descobrirem que na Escola Bíblica Dominical estão sendo doutrinados se tornarão alunos assíduos, estudantes eternos das Sagradas  Escrituras e estarão firmes  e fortes para enfrentarem o mundo que jaz no maligno.

IV. Porque se ensina Valores eternos aos crentes (Rm 12.10, Ef 4.32, Pv2.24)

“Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”(Ef. 4: 32)

Valores como amor, perdão, humildade, são ministrados em nossa Escola Bíblica Dominical. Cada crente é desafiado a vivenciar tais valores que o acompanharão em toda a sua vivência. Cada crente é desafiado não apenas a entender a Palavra, mas colocá-la em prática como ensinado por Jesus em sua pedagogia afirmando que o homem prudente é aquele que pratica a Palavra. “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha”. (Mt 7:24)

É na EBD que cada aluno esta formando seu caráter espiritual, aprendendo a se relacionar com seu irmão, entendendo-se mutuamente dentro desse corpo que é a igreja de Cristo que propicia uma formação sólida com base nos valores da Palavra de Deus. Valores estes que quase inexiste na sociedade da lei do mais forte e do levar vantagem em tudo. Quando cada cristão refletir sobre essa oportunidade que a EBD proporciona para ele, creio que vai olhar a Escola Bíblica Dominical com mais carinho posicionando-se de maneira diferente, pois acredito que todo crente que quer assemelhar-se com Jesus o nosso exemplo maior de amor, verdade, perdão  e honestidade.

V. Porque se forma Líderes que servirão a Igreja e ao Reino de Deus.
“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. 
(1 Co 12:28)

Embora saiba que a Escola bíblica Dominical não seja uma escola de treinamento para líderes, pois não foi assim seu propósito inicial algo já discutido por nós no início do nosso artigo, acredito que ela proporciona uma capacitação importante a lideres em potencial.

É na Escola Bíblica Dominical que cada crente está sendo formado, seja no seu caráter como em sua formação cristã ministerial, levando-o a se tornar um líder  e descobrindo assim seus dons.

É na Escola Bíblica Dominical que cada crente está sendo formado, seja no seu caráter como em sua formação cristã ministerial, levando-o a se tornar um líder  e descobrindo assim seus dons. Tive uma experiência incrível em minha vida de liderança. Fui aluno da Escola Bíblica Dominical de uma igreja em minha cidade e, tive o prazer de ter uma excelente professora em minha adolescência. Anos depois para minha surpresa reencontrei-a sentada na classe de senhoras e agora sendo eu o seu professor. Que alegria para mim; mas que grande responsabilidade; lembrei-me de tudo que aprendi e como foi importante suas aulas ainda em minha adolescência e toda sua influência. Tornei-me um Ministro de Cristo graças aos ensinamentos de minha professora da EBD. Foi isto que o apóstolo ensinou ao jovem pastor Timóteo, “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”. (2 Tm 2:2) Paulo tinha a visão de formação de liderança, a igreja precisa ter a mesma visão, e a Escola Dominical é uma grande aliada nessa formação de novos líderes.

Concluindo esse momento, quero desafiar a você meu querido irmão, minha querida irmã, igreja de Jesus Cristo; caso ainda não seja, que se torne aluno dessa Escola que ensina a Palavra de Deus, a melhor escola do mundo. Só assim nos tornaremos padrão de integridade nos dias atuais.

Matosalém da Rocha Lopes
 Pastor auxiliar da Igreja Batista na Estrada do Curado, Recife-PE.
Graduação em Teologia pelo  Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. Licenciado em História. Pós graduado em Ensino de História das Artes e das Religiões pela UFRPE. Facilitador em Capacitações na área de Liderança e cristã e secular e conferencista. Professor de História, Filosofia, Sociologia, e Ensino Religioso das séries do Ensino Fundamental e Médio. Pesquisador com pré-projeto e mestrado sobre missões indígenas, e pesquisador na área de Ensino Religioso.